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Qual a expectativa de vida para um paciente de policitemia vera?

Linha do tempo simulando expectativa de vida na policitemiavera
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Última atualização em 4 de agosto de 2022

Acompanhamento médico adequado e boas práticas de saúde ajudam a ter uma melhor qualidade de vida e aumentar a sobrevida

A expectativa de vida na policitemia vera é bastante influenciada pelo comportamento da doença, adesão do paciente ao tratamento e hábitos de vida. Os motivos que levam os pacientes à morte estão direta e indiretamente ligados à patologia, sendo os principais: a evolução da doença e eventos cardiovasculares. Mas, mesmo assim, essas pessoas costumam chegar a uma idade próxima à expectativa de vida do brasileiro, principalmente se seguirem as orientações médicas. 

Geralmente, o tratamento da policitemia vera (PV) não tem o objetivo curativo, mas sim de controle. Por isso, deve ser mantido durante toda a vida do paciente. Em alguns casos considerados menos graves, é possível fazer somente acompanhamento médico, entretanto, em outros, é preciso administrar medicamentos.  

O Dr. Vitor Mauad, hematologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, explica que a sobrevida de pacientes de policitemia vera costuma variar bastante. Mas, em geral, acaba sendo um pouco menor se comparada com quem não possui a doença. 

Há dois principais motivos que levam à redução da expectativa de vida. O primeiro é o risco aumentado de eventos cardiovasculares acontecerem, por exemplo, um infarto ou derrame. Já o segundo, está relacionado a possibilidade da PV evoluir para uma mielofibrose ou até mesmo para uma leucemia

“O controle da doença e controle de riscos cardiovasculares é de grande importância para mitigar esses fatores. Então, estar em dia com a pressão, obesidade, colesterol e diabetes é fundamental no controle da policitemia”, o Dr. Mauad diz.

Ele ainda conta que, se no momento do diagnóstico, o paciente tiver mais de 65 anos, possui um maior risco de vir a óbito. Mas, isso também depende muito do quadro clínico do indivíduo. Por exemplo, se ele tem 67 anos, porém não possui comorbidades e está com a PV bem controlada, tem uma expectativa de vida mediana de 11 anos. 

“O que esse número quer dizer é que 50% desses pacientes terão falecido aos 78. Enquanto os outros 50% chegarão mais longe, o que não fica tão atrás da expectativa para o brasileiro mediano – algo próximo de 77 nos anos pré-pandemia.”

Principais motivos de óbito na policitemia vera

Se o paciente não está com a doença bem controlada, os eventos mais letais são, justamente, os infartos e derrames. Isso acontece porque a PV faz com que o sangue fique mais “grosso”, o que favorece o acontecimento desses quadros cardiovasculares.

Porém, é possível diminuir as chances desse cenário acontecer. Para isso, o Dr. Mauad reforça que cuidar de outras questões de saúde, como obesidade e pressão cardíaca, é fundamental.

Homem tendo infarto

Por outro lado, caso a pessoa esteja com a doença controlada e já faça acompanhamento há bastante tempo, é possível que novas mutações genéticas aconteçam. Com isso, pode acontecer da policitemia vera evoluir para uma mielofibrose ou uma leucemia mieloide aguda (LMA). Nessas situações, a evolução é o principal evento de mortalidade. Mas, vale saber que a probabilidade de transformação para uma LMA é de menos de 5%.

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Qualidade de vida dos pacientes de PV

Assim como a expectativa de vida, como o quadro de saúde do paciente como um todo também está bastante relacionado com as possíveis complicações da policitemia vera.

Considerando somente as pessoas cuja PV não evoluiu para outras doenças, o hematologista afirma que há alguns fatores fundamentais que interferem na qualidade de vida. São eles:

Coração contendo imagens de hábitos saudáveis
  • Seriedade no seguimento médico e controle da  doença;
  • Adesão ao tratamento;
  • Manutenção de hábitos saudáveis e 
  • Ocorrência, ou não, de eventos cardiovasculares.

“Um derrame, por exemplo, limita bastante a qualidade de vida de uma pessoa. Por isso, a participação do paciente é tão, ou até mais, importante que a do médico nos bons resultados dessa doença”, o especialista alerta.

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Novos tratamentos podem aumentar a expectativa de vida na policitemia vera?

Expectativa de vida policitemia vera

“Sempre me lembro de uma frase que meu pai me disse a muito tempo (ele também é médico): a medicina é a ciência das verdades transitórias. Nós sempre visamos evoluir, e nos meus dez anos de formado muitas coisas mudaram completamente. Sempre estamos de olho em novas drogas. No ano passado, o estudo REVIVE demonstrou resultados iniciais interessantes. Mas, é importante entender que a ciência prioriza a segurança e a validação de novas medicações levam tempo”, o Dr. Vitor Mauad finaliza.


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Estou com Policitemia vera desde de 2014,preciso do transplante de medula,tenho me sentindo muito Mal.Devp voltar ao meu Angiologista para ser reexaminada por ele.

Estou com policitemia vera há 5 anos, faço acompanhamento com hematologista,dieta, exercícios,minha pressão é boa. Não tenho histórico de problema cardíaco na família.Hoje estou com 57 anos, qual seria minha expectativa de vida? Na minha biópsia eu já tinha fibrose moderada.

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