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Entre os preparativos do casamento, um diagnóstico inesperado: leucemia aguda

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Dianara Chagas sentia muito cansaço e um dia acordou com a gengiva sangrando; foi assim que ela descobriu uma leucemia

Escrito por: Juliana Matias

Dianara Chagas andava muito cansada e com uma dor de cabeça estranha. Ela achava que era por conta da proximidade de seu casamento e de sua rotina como enfermeira, até que um dia acordou com a sensação de sufocamento e viu que sua gengiva estava sangrando. Em remissão desde maio, hoje Dianara conta sua trajetória com a leucemia mieloide aguda.

De enfermeira a paciente

Em novembro de 2024, Dianara, de 24 anos, começou a sentir dores de cabeça diferentes das que já tinha tido. Ela procurou um neurologista, fez exames, que não acusaram nada, e o médico afirmou que ela tinha apenas crises de enxaqueca.

No início de dezembro, notou que estava com algumas manchas roxas no corpo. Porém, ela fazia crossfit e pensou que era “porque eu sou muito estabanada, vivia caindo, me batendo”, narra.

Nesse mesmo período, Dianara estava se sentindo muito cansada. “Eu achei que eu estava um pouco sobrecarregada com as coisas do meu serviço, com as coisas do meu casamento, um momento de ansiedade”, conta.

Ao escovar os dentes, a enfermeira notou que sua gengiva estava sangrando muito. Ela pensou que tinha se machucado com a escova e foi dormir. “Eu acordei meio afogada, aí eu achei que era o meu nariz que estava sangrando. Quando eu fui no espelho, era a minha gengiva”, relata.

A enfermeira procurou uma dentista que, após analisá-la, afirmou que ela estava com hematomas na gengiva. Eles poderiam ser causados por batidas da escova de dentes.

Depois da avaliação da dentista, Dianara teve a ideia de fazer um hemograma. Quando o médico analisou o resultado, a primeira hipótese foi de dengue, já que suas plaquetas estavam baixas, mas não havia presença de blastos.

No dia seguinte, a enfermeira repetiu o exame e suas plaquetas estavam mais baixas que no primeiro. Os médicos decidiram interná-la e a hipótese ainda era de dengue. Após alguns outros exames, ela recebeu o diagnóstico.

“A hematologista foi me contar o que realmente estava acontecendo. Ela chegou, se apresentou, falou que apareceram blastos no meu exame, uma dosagem muito alta, que tudo indicava que era leucemia e que já ia começar o tratamento”, narra Dianara e continua: “Na hora, eu achei que ia morrer, porque a gente recebe um diagnóstico e fica com muito medo”.

O tratamento contra a leucemia mieloide aguda

Emocionalmente, o diagnóstico foi um baque para Dianara e ela precisou de um tempo para assimilar que estava doente. “Eu achava que a quimioterapia iria me fazer mal, porque eu passava mal com as sessões. Levou um tempo para eu entender”, lembra.

Ela comenta que, logo antes do diagnóstico, estava em sua melhor fase. “Eu estava muito bem no meu serviço e muito empolgada com o casamento. A gente vai casar ainda, se Deus quiser, mas tivemos que dar uma adiada por conta do tratamento”.

Dianara afirma que foi difícil entender que, a partir do diagnóstico de leucemia, sua vida seria outra. “Os planos que eu tinha, precisei adiar. Até hoje, quando eu vou arrumar o meu quarto, eu pego os convites e não consigo não me emocionar”.

Para ela, o tratamento foi um processo bem dolorido. Ao longo de toda a terapia, teve trombose, bactéria hospitalar, colite, entre outras dificuldades.

Foi durante as internações que Dianara conheceu a Abrale. “Eu tinha muito tempo, então eu falei: ‘bom, vou procurar coisas boas, não vou ficar me apegando às coisas ruins’. Aí na primeira pesquisa que eu fiz, já apareceu a Abrale”, relata.

Dianara recebeu apoio nutricional, psicológico, passou por uma segunda opinião médica e tirou suas dúvidas referentes ao tratamento. “Era como se a Abrale estivesse do meu lado, apoiando, me incentivando, ajudando de uma forma que às vezes a gente acha que não vale tanto, mas para mim valeu muito mesmo”, conta.

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A remissão

No final de maio, Dianara entrou em remissão e, agora, faz apenas tratamento de manutenção com quimioterápicos orais.

Depois da remissão, ela conseguiu voltar ao trabalho, mesmo que de forma mais reservada, por conta da imunidade baixa. “Voltar ao trabalho foi como um sopro que disse ‘você tá viva, você conseguiu’. Foi muito bom poder voltar, fazer o que eu fazia, cuidar das pessoas”, diz.

Dianara também buscou tratamentos para a trombose, desenvolvida durante a terapia contra a leucemia. Antes ela tinha dor e inchaço, mas após um tratamento vascular, sentiu uma melhora. Aos recém-diagnosticados, Dianara aconselha “não se privar de chorar, não guarda nada, expresse as emoções”. Ela ainda ressalta que é preciso se manter firme na trajetória contra o câncer, “que daqui uns dias vai ser a história deles que vai estar sendo contada aqui”.

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