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O que é o cateter para quimioterapia? Por que preciso usá-lo?

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O cateter evita múltiplas ‘picadas’ e pode evitar que os medicamentos vazem durante a quimioterapia

Escrito por: Juliana Matias

Ao precisar de uma quimioterapia, uma pessoa pode ser exposta a muitas e diferentes informações, e nem todas são explicadas pelo médico. Um exemplo disso são os cateteres. O que é um cateter? Para que ele é usado? Por que é mais vantajoso utilizá-lo? Entenda na matéria.

Atualmente, muitos quimioterápicos são em forma de comprimido. Porém, nem todos podem ser administrados oralmente. Maria Cecília Mathias, oncologista do Grupo Oncoclínicas, explica que “nem todo medicamento é bem absorvido pelo intestino ou fica estável no estômago”.

A quimioterapia pode ser aplicada pelo acesso periférico, ou seja, pegando a veia da mão ou do braço. Porém, a longo prazo, esse método pode trazer riscos ao paciente. Segundo a oncologista, alguns medicamentos podem irritar a veia e os tecidos se extravasarem do vaso.

Outros problemas que podem ser causados com o uso do acesso periférico são: inflamação da veia, infecção de pele no local, abscesso e infecção no sistema sanguíneo. Por isso, o cateter pode ser indicado para a quimioterapia.

Quais são os diferentes tipos de cateter?

Mathias informa que existem diferentes tipos de cateteres:

  • PICC (cateter central de inserção periférica): esse cateter é inserido no braço, mas o acesso é em uma veia central do tórax. Pode ser utilizado a longo prazo.
  • Cateter central temporário: pode ser aplicado na jugular, na subclávia ou na veia femoral. Esse cateter é de uso externo e normalmente indicado para internações e tratamentos de curto prazo;
  • Cateter tunelizado: é externo ao corpo e utilizado para terapias de longo prazo;
  • Cateter totalmente implantado (“port-a-cath”): é conectado a uma veia central e tem um reservatório que fica por baixo da pele do tórax. Ele é usado em tratamentos de longo prazo.

Quais são os benefícios de um cateter totalmente implantado?

Mathias ressalta que o cateter totalmente implantado tem “menor risco de infecção quando comparado a acessos que ficam externalizados”. Além disso, com ele é possível que os quimioterápicos que podem causar alergias na pele sejam aplicados com mais segurança.

Para tratamentos longos, a oncologista conta que o cateter totalmente implantado pode ser mais confortável para o paciente, já que é possível tomar banho normalmente. “Ele evita múltiplas ‘picadas’ e é possível coletar sangue através dele, em casos de necessidade”, afirma.

Como o cateter é implantado?

Para implantar o cateter, é feito um procedimento com anestesia local e sedação leve, segundo Mathias. “Geralmente, guiado por algum método de imagem, uma veia é puncionada, a ponta do cateter é posicionada numa veia central e o reservatório é fixado abaixo da pele. A incisão é fechada com pontos. Vai tudo por baixo da pele”, explica a oncologista.

A pessoa pode ter um pouco de dor, inchaço e roxos, no local em que o cateter foi implantado, depois do procedimento. Mathias conta que analgésicos simples podem resolver essas dores.

Depois da cicatrização, a oncologista ressalta que o paciente pode levar uma vida normal, é preciso apenas evitar esportes com impacto direto no tórax e atentar para alças de mochilas na região do cateter. “O paciente pode levar uma vida habitual: trabalhar, viajar, tomar banho. Nadar é permitido após liberação médica”, diz.

O cateter totalmente implantado traz riscos ao paciente?

Quando é bem cuidado, o cateter traz riscos baixos ao paciente, segundo Mathias. Algumas possíveis complicações são: infecções, trombose venosa, mau funcionamento do cateter, entre outras. “Equipe treinada e cuidados de rotina minimizam esses riscos”, ressalta a oncologista.

Um dos cuidados envolvendo o cateter é a necessidade de lavá-lo. Segundo Mathias, a lavagem é feita com soro a cada dois ou três meses para evitar que ele entupa.

Com essas precauções, o cateter totalmente implantado pode ser usado por anos, se for necessário. “Esses dispositivos foram feitos para longa permanência”, explica a oncologista.

Quando deve ser retirado?

A melhor hora para a retirada do cateter é decidida pelo médico e pelo paciente. “Costumamos manter por, pelo menos, alguns meses após o fim da quimioterapia, até termos segurança de que não haverá necessidade de novo acesso em curto prazo”, comenta Mathias.

Porém, caso haja complicações, o cateter totalmente implantado pode ser retirado antes do final do tratamento. O procedimento para a retirada do cateter também é simples e realizado com anestesia local.


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