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Ciclo de quimioterapia: o que é e como funciona

Tudo sobre o ciclo de quimioterapia
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Última atualização em 25 de maio de 2023

Essa é uma das estratégias mais utilizadas no tratamento do câncer, mas é preciso aplicá-la em intervalos para um melhor resultado. Já no caso da radioterapia, a divisão é diferente

Escrito por: Natália Mancini

Um ciclo de quimioterapia é caracterizado por uma fase de tratamento ativo, ou seja, aplicação dos medicamentos, e um tempo de descanso. A quantidade de ciclos e a sua duração variam de acordo com o estado de saúde do paciente, o tipo de câncer e o protocolo terapêutico adotado. Essa divisão tem como objetivo maximizar a efetividade do tratamento e minimizar os efeitos colaterais, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente.

A Drª. Luciana Tucunduva, onco-hematologista do Hospital Sírio-Libanês, esclarece que o ciclo de quimioterapia é “o período de tempo que engloba a aplicação da(s) droga(s) quimioterápica(s) e o período de recuperação das toxicidades imediatas.” 

Então, ao longo do tratamento há dias em que há aplicação das terapias e dias de “descanso”. O ciclo de quimioterapia começa no dia da aplicação do medicamento, chamado de “sessão”, e se estende até o último dia de descanso. Quando chega o dia de fazer uma nova aplicação, inicia-se um novo ciclo.

Por exemplo, se o ciclo for de 21 dias, o paciente tomará os medicamentos no 1º dia, irá esperar chegar até o 21º e, no dia seguinte, tomará a quimioterapia novamente, dando início ao segundo ciclo.

A Drª. Luciana diz que é importante ter esse intervalo entre uma aplicação e outra por dois motivos. Primeiramente, porque, dessa forma, as células do câncer são expostas à quimioterapia em momentos diferentes e isso faz com que ela seja mais eficaz. O segundo motivo é para permitir que o corpo tenha um tempo para se recuperar dos efeitos colaterais imediatos da terapia, como a queda de glóbulos brancos (neutropenia).

“Caso o intervalo não seja respeitado, por exemplo, encurtando-se o tempo entre a administração das quimioterapias, pode haver um acúmulo de toxicidade que dificulte a continuidade do tratamento ou que leve a uma necessidade de redução da dose. Estas alterações podem reduzir a eficácia do tratamento”, ela informa.

Quanto tempo dura um ciclo de quimioterapia?

Para definir a duração, o médico oncologista precisa levar em consideração o protocolo de tratamento utilizado e quanto tempo o corpo demora para se recuperar dos efeitos colaterais. Mas, geralmente, um ciclo dura de duas a quatro semanas.

Tempo de duração de um ciclo de quimioterapia

“O médico pode ter que aumentar a duração de um ciclo caso haja uma toxicidade mais grave”, a onco-hematologista pontua. Isso pode acontecer caso a pessoa desenvolva alergia à quimioterapia, hipertensão entre outras reações imediatas.

Já a quantidade de ciclos, e consequentemente de sessões, é extremamente variável de acordo com a doença e o protocolo utilizado.

A Drª. Luciana exemplifica contando que uma leucemia mieloide aguda pode ser tratada com três ciclos de quimioterapia, durando de três a quatro meses. Já para o tratamento de uma leucemia linfoide aguda pode ser necessário realizar mais de 20 ciclos, com duração de mais de dois anos.

“Existem ainda doenças cujo tratamento não é finito, como mieloma múltiplo após a primeira recidiva. Nestes casos os ciclos de tratamento são contínuos até perda de resposta ou toxicidade grave”, ela complementa.

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A partir de que ciclo de quimioterapia a imunidade pode baixar?

As reações adversas, como a queda de imunidade, e o período em que elas ocorrem variam de acordo com o tipo de medicamento quimioterápico usado. Por isso, a Drª. Luciana afirma que não é possível generalizar. 

Pessoa fazendo ciclo de quimioterapia ao lado de médico e enfermeira

“É papel do médico informar ao paciente os efeitos esperados do seu tratamento, benefícios e toxicidades, assim como o período em que eles normalmente acontecem. Pode haver toxicidades imediatas, por exemplo relacionadas à infusão de alguns medicamentos, toxicidades após alguns dias, como a queda de glóbulos brancos, e toxicidades tardias, como a disfunção cardíaca ou neoplasias secundárias. É fundamental discutir com o médico todos estes aspectos antes de iniciar um tratamento”, ela fala.

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Ciclo de radioterapia

No caso desse tratamento, a divisão dele não é chamada de “ciclo”, mas sim de “sessões”. Uma sessão de radioterapia consiste na aplicação da radiação e é possível fazer mais de uma sessão em um único dia.

“Isso permite o fracionamento da dose total de radioterapia, reduzindo a toxicidade”, a Drª. Luciana  Tucunduva explica.

Pessoa com câncer fazendo ciclo de radioterapia

Aqui, a quantidade de sessões e o intervalo entre elas também depende do tipo de câncer tratado e de quanto tempo o corpo leva para se recuperar entre uma aplicação e outra.


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Minha esposa tem mieloma multiplo e está no 3o ciclo de quimioterapia com ciclofosfamida. Em seu último hemograma a hemoglobina deu 7,9 , mas o número de leucócitos foi baixando e agora está em 2.180 mm2. Esse número não está muito baixo ? Sendo que minha esposa ainda vai passar pelo 4o ciclo após um intervalo de 15 dias, pra depois fazer o trasplante. Qual o nível mínimo do número de leucócitos que permite ao paciente de mieloma continuar com a quimioterapia ? Obrigado.

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