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O tempo e a busca por qualidade de vida durante o câncer

Tempo e qualidade de vida
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Última atualização em 10 de novembro de 2022

Eles estão intrinsecamente ligados e a gente vive melhor quando entende essa relação

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu qualidade de vida  como “a percepção do indivíduo da sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”

O que é qualidade de vida?

Embora tenha esta definição de qualidade de vida e alguns outros conceitos, ainda não existe um que seja amplamente aceita, uma vez que é algo subjetivo e apresenta diversos fatores como saúde, bem-estar físico, funcional, emocional, mental e outros elementos importantes da vida das pessoas. Sim, trabalho, família, amigos e outras circunstâncias do cotidiano.

Tempo e qualidade de vida

A qualidade de vida, com suas condições básicas e suplementares para se viver, se apresenta como uma necessidade na fala dos pacientes, familiares e equipes de cuidado, uma vez que o adoecimento pelo câncer promove impacto físico, psicossocial e dores multidimensionais. Então, aqui o tempo, saúde e qualidade de vida recebem o foco da atenção.

Tempo e qualidade de vida 

Há uma urgência deste tempo para a resolução destas dores, a garantia da sobrevivência e do alívio de possíveis sofrimentos de quem está neste adoecimento e também de quem o acompanha. 

Como aproveitar o tempo e qualidade de vida

Neste caráter de urgência, as pessoas podem apresentar questionamentos relacionados ao passado, ao seu presente e ao que virá. Observa-se pensamentos com conteúdos de ruminação, com presença de arrependimentos – o tal “e se” – e necessidade de reparação. Em outros momentos, a expectativa do que se deseja para um futuro imediato, muitas vezes aqui relacionado ao “quando”: diagnóstico, prognóstico, cura, início de tratamento, reabilitação, morte, retorno às atividades da vida diária e social, entre outros.

Estas urgências mobilizam emoções que podem levar muitas vezes a sinais de comportamentos ansiosos e depressivos, afetando a qualidade de vida e seus processos adaptativos.

Frida Kahlo (1907 – 1954) em sua frase traz o desafio do tempo: “Cada tic tac é um segundo que passa, foge e, não se repete. E há nele tanta intensidade, tanto interesse, que o problema é só sabê-lo viver” é só sabê-lo viver”.

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Como saber viver nesta travessia do adoecimento? Reconhecer que o tempo é contínuo e finito, portanto não se pode ser um controle, mas em cada tic e tac contém a esperança e o milagre da renovação.

Mulher realizando autocuidado

É necessário fazer as pazes com o passado para viver o hoje com presença e levantar as possibilidades de ações diante da realidade que se apresenta. Reconheça as emoções, necessidades, fontes de segurança e o que gera valor no dia a dia.

Lembre-se, o tempo apresenta dois sentidos, o Chronos, que é o tempo cronológico, em que a única permanência é a impermanência (em que tudo muda) e Kairós, tempo das oportunidades, da qualidade de tempo vivido HOJE. Diante disso, aquela afirmação que “o tempo é o melhor remédio” pode-se aqui ter um sentido positivo quando há consciência do significado destes dois tempos. Com isso, promove-se ações que se aproximem da boa qualidade de vida dentro da história de cada pessoa e a busca por acrescentar vida aos dias e anos.

Escrito por Luciana Ferri

psicóloga especialista em Oncologia que atua na Abrale


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