Saiba se você pode ou não fazer um transplante de medula óssea (TMO)
Se uma pessoa não elegível ao TMO for transplantada, ela corre maior risco de complicação e de morte
Algumas doenças do sangue, como a leucemia aguda, por exemplo, só podem ser curadas totalmente com um transplante de medula óssea (TMO). Porém, o procedimento traz riscos aos pacientes e, por isso, somente um médico hematologista pode determinar quais pessoas têm indicação para realizar o procedimento. Entenda quais são os critérios de elegibilidade para o TMO.
Idade para o TMO
Nelson Hamerschlak, hematologista e coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que um dos critérios definidos pelo Sistema Nacional de Transplantes é a idade.
Pessoas de até 75 anos podem fazer o TMO. Porém, caso o paciente tenha mais de 65 anos, ele é apto desde “que tenha uma avaliação geriatrica adequada”, conta o médico.
Problemas de saúde
Além da idade, Hamerschlak ressalta que é necessário a pessoa apresentar condições clínicas adequadas. “Isto é, não ter alterações orgânicas importantes em coração, fígado ou rim”, afirma.
Doador de medula óssea
Os critérios para fazer um TMO são diferentes para o transplante autólogo, as células usadas vêm do próprio paciente, e para o transplante alogênico, que é quando o paciente recebe a medula de outra pessoa.
Hamerschlak frisa que o TMO alogênico “é mais agressivo e portanto as condições são mais estritas”. Para esse último, existem ainda os critérios de compatibilidade, ou seja, é preciso “ter doador compatível ou um familiar com pelo menos 50% de compatibilidade (haploidêntico)”, explica o hematologista.
Até 2015, no Brasil, os transplantes de medula óssea, geralmente, só eram realizados com doadores 100% compatíveis. Porém, o TMO com doadores 50% compatíveis passou a ser amplamente realizado a partir deste período.
Não sou elegível ao TMO, o que acontece se eu fizer mesmo assim?
Hamerschlak relata que, se uma pessoa não elegível ao TMO fizer o procedimento, ela tem “maior risco de óbito e mais complicações orgânicas”. Mesmo uma pessoa elegível ao transplante pode ser afetada por problemas pós-TMO.
Um estudo realizado pela equipe de Pesquisa da Abrale mostrou que 66% das pessoas que realizaram um transplante de medula óssea (TMO) precisaram retornar ao hospital por complicações. Segundo o levantamento, 68,1% dos pacientes desenvolveram a doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) de um a três meses após o procedimento.
A DECH acontece quando a medula óssea do doador não reconhece o corpo do paciente e começa a atacá-lo. Essa rejeição pode causar olhos irritados e secos, lesões e bolinhas na boca, lesões genitais, náusea, diarreia, alterações na pele, redução na capacidade respiratória, entre outros sintomas.
Outros problemas citados pelo hematologista são: infecções bacterianas, virais e fúngicas, alterações cardíacas, renais ou hepáticas e até muito raramente outros tumores.
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