Como é feito o transplante de medula óssea (TMO)
O TMO é parecido com uma transfusão sanguínea comum e dura menos de uma hora
Quando se pensa em transplante, normalmente, a primeira imagem que vem à cabeça é a de uma cirurgia complexa, demorada e tensa. Mas o transplante de medula óssea (TMO) é, na verdade, simples e dura menos de uma hora. Entenda nessa matéria como ele é feito.
Qual o primeiro passo para fazer um TMO?
Após a indicação de um transplante de medula óssea (TMO) alogênico, ou seja, aquele que precisa da medula de outra pessoa, o primeiro passo é encontrar um doador.
Quando ele é encontrado, é preciso estimular as células da medula para a coleta. Viktoria Weihermann, médica hematologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, explica que o doador recebe uma medicação que provoca a produção das células tronco que produzem outras células do sangue.
“Isso faz com que na maioria das vezes a coleta dessas células seja feita pelo sangue, sem precisar acessar a medula óssea, o que torna ainda mais tranquilo o procedimento”, frisa.
Como é o preparo para o TMO?
A pessoa que vai receber a medula também se prepara para o TMO por meio da quimioterapia de condicionamento. Essa quimioterapia é feita para que o corpo do paciente não destrua a medula do doador assim que recebê-la.
Como é feito o TMO? Dói?
Em seguida, o paciente irá receber a medula do doador. “É um procedimento que se assemelha a uma transfusão de sangue. O paciente recebe as células do transplante por um cateter, sem necessidade de sedação. Dura menos de uma hora e é feito no próprio quarto em que o paciente está internado”, narra e ressalta que: “O transplante de medula óssea não dói”.
No TMO, as células doadas não precisam ser colocadas diretamente na medula óssea. Segundo a hematologista, elas fazem esse trajeto sozinhas graças a sinais químicos e propriedades naturais do próprio organismo.
De acordo com Weihermann, a medula óssea produz sinais que guiam as células tronco até ela para que ocorra a fixação. Na medula, as células doadas “começam a se multiplicar e substituem o sistema sanguíneo”, conta a hematologista.
Após o transplante, é preciso esperar que a medula óssea nova volte a produzir as células do sangue, ou seja, a pega da medula. “Geralmente isso acontece por volta de três semanas, podendo variar para mais ou para menos. Caso a medula não pegue até o D+30, deve-se suspeitar de falha do transplante”, explica Weihermann.
Pós-tmo: o que acontece se a medula não pegar?
“A falha na pega da medula é um evento raro, mas muito grave pós TMO”, afirma a hematologista. Quando isso acontece, é necessário programar um segundo TMO.
Com a pega da medula, o paciente também pode passar por um período delicado e estar sujeito à infecções e à rejeição da medula. “O período mais delicado pós-transplante são os primeiros 100 dias, quando infecções e complicações agudas são frequentes”, afirma Weihermann.
Para maior segurança do paciente, é necessário que seja feita a revacinação para evitar algumas doenças. “A imunidade pós-TMO pode levar dois anos para voltar por completo”, conclui a hematologista.
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