Pessoas com linfoma levam, em média, 149 dias para serem diagnosticadas

Pesquisa da Abrale mostrou que, após o diagnóstico do linfoma, se passam entre 60 e 77 dias para o início do tratamento
45% das pessoas com linfoma iniciam seu tratamento entre 60 e 77 dias após o diagnóstico. Isso foi o que mostrou um estudo da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) realizado com 262 pacientes. O problema, porém, é que 24% dos entrevistados demoraram, em média, 149 dias para obter o diagnóstico.
Em qualquer tipo de câncer, quanto mais precoce é o diagnóstico, melhor é o prognóstico da doença. Dos entrevistados pela pesquisa “Entendendo a trajetória do paciente com linfoma: a jornada do paciente”, 71% apresentaram sintomas do linfoma antes do diagnóstico. Porém, 31% dos participantes passaram por mais de três médicos antes de serem encaminhados para o especialista.
Para o início do tratamento, quem utiliza o sistema privado esperou, em média, 60 dias e pacientes do SUS aguardaram, em média, 77 dias. Do total de entrevistados, 52% realiza o tratamento somente pelo sistema privado, 42% somente pelo SUS e 6% em ambos.
O linfoma é um câncer do sangue que, segundo estimativas, deve atingir cerca de 15 mil brasileiros em cada ano do triênio de 2023 a 2025. Esse câncer tem tratamento e, em muitos casos, possibilidade de cura. Porém, o atraso no diagnóstico e no início do tratamento impactam o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas com linfoma.
Acompanhamento do linfoma
Após o diagnóstico, 23% dos participantes da pesquisa tiveram dificuldades em acessar exames necessários para o tratamento, como o Pet Scan. Esse teste é de extrema importância para o diagnóstico de linfoma, pois aponta onde há linfonodos alterados, indicando o estadiamento da doença. Ele também é realizado durante o tratamento desse câncer, com o objetivo de avaliar a resposta às terapias e pode ser indicado para investigar uma possível recidiva.
Qualidade de vida
Em relação à qualidade de vida, a pesquisa também mostrou que 55% dos entrevistados levam mais de uma hora para chegar ao centro de tratamento. Desse percentual, 31% gastam entre uma e duas horas para acessar o tratamento e 24% levam entre duas e três horas.
71% dos participantes da pesquisa afirmaram que as idas constantes ao centro de tratamento afetam sua qualidade de vida. A questão financeira também foi um fator citado por 55% dos pacientes em relação à qualidade de vida. Além disso, a saúde emocional de 76% dos entrevistados foi impactada após o diagnóstico do linfoma e 67% narraram dificuldade ou incapacidade de realizar atividades físicas.
O estudo observacional quantitativo foi realizado com pessoas cadastradas no banco de dados da Abrale, por meio de questionário auto preenchido online.
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