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Mieloma smoldering: entenda o câncer que pode ficar “adormecido”

Células do mieloma múltiplo mieloma smoldering
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O mieloma smoldering fica entre o estado inerte e ativo do câncer e não apresenta sintomas

Escrito por: Juliana Matias

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer do sangue que atinge os glóbulos brancos e ocorre em 1,8 pessoas a cada 100 mil, no mundo todo, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de sua incidência, poucas pessoas conhecem o estado “adormecido” e assintomático da doença: o mieloma smoldering.

O que é o mieloma smoldering?

O mieloma múltiplo smoldering é uma condição que fica entre o estado inativo da doença e o mieloma ativo. Segundo Fernanda Lemos, médica hematologista do HCOR e membro do GBRAM (Grupo Brasileiro de Mieloma) e do IMS (International Myeloma Society), a diferença do mieloma smoldering para os outros tipos é que, a princípio, ele não precisa de tratamento.

Conforme a hematologista, os sintomas do mieloma múltiplo são causados quando os plasmócitos clonais, que são células anormais na medula óssea, produzem uma imunoglobulina monoclonal que se junta com as células cancerígenas.

No mieloma smoldering, essas células anormais estão produzindo a imunoglobulina monoclonal, mas não em valores altos e a pessoa não tem sintomas.

Como é feito o diagnóstico de mieloma smoldering?

Apesar de ser assintomático, é possível diagnosticar o mieloma smoldering por meio de exames de sangue e de urina. “O diagnóstico é feito a partir da identificação do pico monoclonal e de uma plasmocitose na medula óssea”, explica Lemos. 

O mieloma smoldering precisa de acompanhamento?

A princípio, pessoas com mieloma smoldering não precisam fazer um tratamento medicamentoso. Porém, a hematologista ressalta que é necessário fazer um acompanhamento médico e realizar exames periodicamente.

“O que determinará a frequência do acompanhamento é se ele tem um risco baixo, intermediário ou alto de progredir para um mieloma múltiplo sintomático”, explica.

Segundo a hematologista, aquelas pessoas diagnosticadas com o mieloma smoldering com um ultra alto risco podem ter indicação de iniciar um tratamento, mesmo sem ter sintomas.

“Há alguns estudos clínicos para o tratamento precoce dos pacientes com mieloma smoldering de alto risco, mas na prática clínica isso não acontece”, destaca.

Quem tem mais risco de desenvolver o mieloma sintomático?

Segundo Lemos, alguns fatores aumentam o risco de uma pessoa desenvolver o mieloma sintomático como: mais de 20% de plasmócitos na medula óssea e razão anormal de cadeias leves livres (FLC ratio) ≥ 20 ou ≤ 0,05.

“Os pacientes que têm duas ou três dessas alterações, têm um risco de progressão para uma doença sintomática de 50 a 80% em cinco anos”, conta.

Quando o mieloma smoldering progride para um mieloma ativo, a pessoa pode ter sintomas como: anemia, hipercalcemia, disfunção renal e lesões líticas.


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