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Desafios na LMC: dados da pesquisa e qualidade de vida

Pesquisa de LMC
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Pesquisa inédita explora os desafios enfrentados por pacientes que estão a partir da
segunda linha de tratamento

Escrito por: Natália Mancini

A leucemia mieloide crônica (LMC) é um câncer que, atualmente, pode ser controlado
por meio de uma medicação oral diária. Apesar da importante evolução da ciência, por meio da terapia alvo, um levantamento da Abrale mostrou que os pacientes encontram diversos desafios ao longo da jornada, incluindo nas diferentes fases do tratamento e também na qualidade de vida. O objetivo da análise foi identificar quais são os obstáculos enfrentados pelas pessoas com LMC que estão na segunda ou terceira linha terapêutica para, assim, melhorar os desfechos da doença.
O tratamento da LMC é feito com medicamentos conhecidos por inibidores de
tirosina quinase (ITQ), que agem inibindo a proliferação das células malignas. O ITQ de
primeira geração é o imatinibe, que foi o primeiro criado. Em seguida vieram os de
segunda geração (nilotinibe, dasatinibe e bosutinibe) e, por último, os de terceira
geração (ponatinibe e asciminibe).

Quem participou da pesquisa?

A pesquisa contou com 123 pacientes, dos quais 83 estavam na segunda linha de tratamento e 40 a partir da terceira linha. Entre os pacientes da segunda linha, a faixa etária predominante é de 18 a 40 anos, enquanto na terceira linha, a maioria tem entre 41 e 50 anos.

Perfil de pacientes de lmc

A maior parte dos participantes, independentemente da linha de tratamento, foi
diagnosticada com LMC há mais de dois anos. É importante observar que a maioria dos
pacientes que estão na segunda linha, descobriram a LMC entre cinco e sete anos atrás, já os da terceira linha receberam o diagnóstico há, pelo menos, oito anos. Isso sugere que, quanto mais tempo desde o diagnóstico, maior a probabilidade de o paciente ter passado por múltiplas linhas de tratamento.
O imatinibe foi o medicamento usado pela maioria dos pacientes como tratamento de
primeira linha – seguido pelo dasatinibe e nilotinibe. Medicações como hidroxiureia e
interferon também fizeram parte do protocolo.

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Desafios no tratamento da LMC

Para muitos pacientes, lidar com a LMC requer ajustes contínuos no tratamento.

Em relação ao porquê os pacientes precisaram trocar o tratamento de primeira linha pelo de segunda, o principal motivo foi a falta de resposta, seguida pela presença de efeitos colaterais. Para os que, atualmente, estão na terceira linha de tratamento, a falta de resposta aconteceu em 70% dos casos e as reações adversas em 23%. Já os que estão, hoje em dia, na segunda linha, o percentual foi de 66% e 25%, respectivamente.

Efeitos colaterais dos inibidores de tirosina quinase

O cenário também se manteve no caso da troca da segunda pela terceira linha de
tratamento: 50% mudou por falta de resposta e 40% devido às reações adversas. Porém, a
pesquisa ainda mostra que, para aqueles que precisaram trocar o terceiro inibidor, o motivo para todos os casos foi a falta de resposta.

Qualidade de vida

Além dos efeitos físicos, a LMC tem um impacto profundo na rotina e nas relações sociais dos pacientes. A pesquisa mostrou que muitos relataram mudanças em suas vidas pessoais, familiares e profissionais. Entre os principais impactos relatados estão:

Qualidade de vida dos pacientes de lmc
  • Afastamento permanente ou temporário do trabalho: muitos pacientes precisaram se afastar de suas atividades profissionais para lidar com o tratamento e os efeitos colaterais. Isso pode gerar preocupações financeiras e afetar o bem-estar emocional. A necessidade de afastamento foi maior no grupo de pacientes que estão, pelo menos, na terceira linha de tratamento.
  • Interrupção de atividades físicas: devido à fadiga e outros sintomas, uma parte significativa dos pacientes relatou que deixou de praticar atividades físicas regulares. Esta mudança afetou mais aqueles que estão no tratamento de segunda linha.
  • Mudanças no convívio familiar: a doença e o tratamento também alteraram a dinâmica familiar de muitos, levando a ajustes nas responsabilidades e no suporte emocional dentro de casa.
  • Conciliar trabalho e tratamento: para muitos, adaptar a rotina de trabalho às demandas do tratamento foi um desafio constante, afetando tanto pacientes da segunda quanto da terceira linha de tratamento.
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A importância de novas opções terapêuticas

A importância de novas linhas de tratamento é amplamente reconhecida pelos pacientes. 100% dos que estão em terceira linha compreendem a relevância de existirem novas opções terapêuticas, enquanto 92% dos pacientes em segunda linha também veem essas alternativas como essenciais para seu tratamento futuro.

Novos tratamentos para LMC

Sentimentos dos pacientes durante a jornada

A necessidade de trocar o medicamento gera diversas emoções nos pacientes. Entre
30% e 40% relataram sentimentos de preocupação e medo ao precisar mudar de
medicação, mas 20% se sentiu confiante e encarou a mudança como parte do processo.

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