O que é efeito placebo?
Última atualização em 29 de julho de 2021
Muito utilizados em estudos clínicos, os tratamentos com medicamentos placebo podem causar respostas positivas ou negativas nas pessoas apesar de não terem substâncias ativas na sua fórmula
A Drª. Amouni Mourad, farmacêutica e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), explica que o efeito placebo está mais relacionado com a aparente melhora dos sintomas do que a cura de uma doença em si. Ou seja, o placebo não pode curar uma doença, mas pode diminuir os sintomas causados por ela.
“Um placebo nunca fará com que um osso quebrado se cure mais rapidamente. Entretanto, pode fazer a dor parecer menos intensa”, exemplifica a Drª. Amouni.
Por conta desse possível resultado, esse “medicamento” é utilizado em vários estudos clínicos para verificar a eficácia de um tratamento novo. Dessa forma são comparados os efeitos causados pelo placebo e os causados pelo tratamento. Para que o novo medicamento seja considerado eficiente, é preciso haver uma diferença significativa entre os efeitos dos dois tratamentos.
Durante o estudo clínico, é improvável que a pessoa venha a ter algum problema devido ao placebo, justamente por ele não possuir efeito ativo. Entretanto, caso isso venha acontecer, ela deve entrar em contato com a equipe que está fazendo o acompanhamento. A equipe avaliará o que ocorreu e tomará as providências necessárias.
“Verifica-se se o paciente apresenta alguma reação adversa aos componentes utilizados no placebo ou se está acontecendo o efeito nocebo. Isto é, se a pessoa sente efeitos colaterais, que não deveriam acontecer já que não há substância ativa. Uma das explicações para isso ocorrer são expectativas negativas sobre um medicamento ou tratamento”, diz a farmacêutica.
Por que o placebo funciona?
A Drª. Amouni ressalta que nem todas as pessoas respondem ao placebo e não existem explicações totalmente estabelecidas do porquê isso ocorrer. Entretanto, acredita-se que há uma relação com a personalidade daquela pessoa.
Por exemplo, ter uma opinião positiva sobre medicamentos, médicos, enfermeiros e hospitais pode influenciar em uma resposta favorável ao placebo.
Outros grupos que costumam responder positivamente são “indivíduos que têm uma personalidade dependente e aqueles que desejam agradar seus médicos”, a farmacêutica conta.
Ela reforça que é apresentado uma melhora em relação aos sintomas causados pela doença não na patologia em si. Por exemplo, no caso de pacientes oncológicos, o placebo pode ser útil na redução da dor, melhora no bem-estar e até aumento do apetite. Além disso, o placebo pode reduzir os efeitos colaterais causados pela quimioterapia, caso seja informado para o paciente que esse é o objetivo daquele tratamento.
Isso poderia ser a explicação do porquê alguns pacientes com câncer relatam uma melhora a utilizar algum tratamento que não teve sua eficácia cientificamente comprovada.
“Entretanto, nenhum estudo com placebo conseguiu demonstrar que um paciente teve o tamanho do seu tumor reduzido”, contrapõe a especialista.
Além da opinião positiva, algumas características dos comprimidos de placebo podem influenciar nos efeitos positivos. Por exemplo, remédios caros, tamanho e cor. Os comprimidos mais caros e de tamanho reduzido, ou com uma marca impressa neles, fazem com que os pacientes se sintam melhor. Já a questão da cor está relacionada com o tipo de efeito relatado. As pílulas azuis geram um resultado sedativo; os amarelos, antidepressivo; os verdes causam redução da ansiedade; os brancos, redução da dor e os laranjas e vermelhos deixam as pessoas mais estimuladas.
Remédio placebo, onde comprar?
Na verdade, na maioria dos casos, os placebos não estão a venda e somente são utilizados dentro das pesquisas experimentais. Entretanto, a Drª. Amouni fala que, em casos raros, um médico pode prescrever o placebo na prática clínica.
“Quando o médico observa que o paciente têm uma alteração leve e autolimitada para a qual não existe um fármaco ativo, pode-se prescrever algum placebo. Por exemplo, no caso de um mal-estar inespecífico ou cansaço”, de acordo com ela.
Isso acontece porque, nessas situações, o placebo pode satisfazer a demanda do paciente por um tratamento. Assim o comprimido com substâncias inativas pode fazer com que a pessoa se sinta melhor e não causa efeitos colaterais.
Por outro lado, o Conselho Federal de Medicina considera que “é vedado ao médico indicar o uso de placebo quando há tratamento eficaz para a doença”. Ou seja, se houver algum medicamento que possa auxiliar no cansaço, por exemplo, o placebo não poderá ser prescrito.
De qualquer forma, a automedicação e o autodiagnóstico são práticas perigosas, pois podem trazer graves consequências. Ao apresentar sintomas, especialmente se tiverem longa duração, é altamente recomendado procurar um médico. Assim, será realizada uma avaliação e indicado o tratamento apropriado.
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Como e por que acontece o efeito placebo?
Olá, Nath, como vai?
As explicações para as suas perguntas se encontram na primeira e na segunda parte desta matéria!
Abraços!
Com o advento mundial (pandemico) da Covid- 19. Cheguei num início de perda de paladar. Entretanto utilizei a parte da língua ainda sensível pra espalhar a sensibilidade com a ajuda do cérebro e não perdi o paladar senão por poucos segundos. Acho que é isso que outros chamam de fé ativa.
Olá boa noite, então o placebo só têm efeito psicólogico, e nenhuma função orgânica.mais se é só isso, não vejo vantagem em se formar duas turma,pois a do placebo não tem eficácia alguma no tratamento., De qualquer doença, isso não está ultrapassado ? .
Olá Samir! Além de não ser uma técnica ultrapassada, ela é bastante importante para a aprovação de novos medicamentos. A eficácia do medicamento é determinada pela diferença entre o efeito placebo – o quanto pacientes neste grupo se sentem melhor – do efeito do medicamento. Para que um remédio seja colocado à venda nos EUA, por exemplo, ele precisa superar a performance do placebo por uma margem significativa.
Bom, eu entendi que o efeito placebo é um efeito psicológico. Então, o paciente não sabe que estará tomando um remédio “inativo”, ne? Porque, pelo oq eu entendi, o remédio não funciona fisicamente, e sim psicologicamente. Então, se eu sei que estou tomando um remédio placebo, não vai funcionar. Eu entendi certo?
Olá, Sara, como vai?
É isso mesmo! O placebo não conta com substâncias que realmente agem no tratamento da doença, ele, geralmente, é composto por substâncias químicas inativas, como amido e açúcar. Mas a pessoa pode apresentar melhora nos sintomas, não na doença em si. Caso a pessoa saiba que é um placebo, o “correto” é a pessoa não sentir melhora, por isso, nos estudos clínicos, os voluntários não tem informação sobre o que eles estão tomando enquanto a pesquisa está sendo feita.
Abraços!
Um ótimo remédio placebo são os homeopáticos, principalmente pra quem acredita neles. Zero princípio ativo, logo zero efeito colateral
Olá, Nuno, como vai?
A homeopatia é considerada como uma Prática Integrativa no SUS. Aqui, há uma integração entre as práticas e o tratamento convencional, em uma abordagem que envolve cuidado com o corpo, mente e espírito.
Abraços!
Oi Natália.
Infelizmente e’, assim como aromaterapia, cromoterapia e outras praticas esotéricas. Esotericas pq desconheço un único livro de medicina que fale sobre a existencia de espirito ou de energias. Mas se conhecer algum por favor, pode postar aqui.
Como químico, quando digo que não tem princípio ativo nenhum, e’ pq as diluições são quase que infinitas, logo e’ água pura pra todos os efeitos!
A homeopatia se baseia em 2 princípios, a potencialização e a dinamização:
A potencialização parte do princípio que a água tem memória e que ela guardou a informação do fármaco com o qual esteve em contato.
Pois bem, esses “buracos na água “, na realidade a camada de solvatação, não existe. E mesmo que existisse, não é a água que tem atividade e sim o princípio ativo. É ele que penetra numa bactéria, por ex, e a mata.
O 2o princípio diz que vc transfere “energia vital” pra o fármaco, agitando-o. É por isso que se chama de dinamização.
Pois bem, não existe essa energia vital, seja lá o que ela for. Inclusive, hoje os remédios são agitados por máquinas e não mais por pessoas.
E vc pode verificar facilmente na prática que essas ideias estão furadas.
Por ex, um refrigerante ou cerveja não tem o efeito do seu princípio ativo -álcool ou cafeína- aumentado só pq o caminhão transitou por uma estrada esburacada. E deveria, segundo a homeopatia.
Da mesma forma, se diluições sucessivas aumentassem a eficácia do remédio, o detergente utilizado pra lavar o frasco seria mais potencializado que o fármaco que vc colocou lá.
Obviamente que isso não ocorre tb!
Na realidade, se homeopatia funcionasse, vc ia pegar uma intoxicação sempre que lavasse um prato, talher ou copo, pq ele passa exatamente por diluições sucessivas (potencialização) e agitação (dinamização).
Ou seja, vc ia potencializar o princípio ativo do detergente.
Da mesma forma, uma única cerveja ia te dar um porre pq o efeito do álcool foi muito aumentado pq o caminhão percorreu milhares de quilômetros em estradas esburacadas. Ou então, ia passar a noite em claro por causa da cafeína do refrigerante pelo mesmo motivo.
Eu pelo menos que nunca vi médico homeopata tomar café diluído várias vezes (potencializado) e agitado (dinamizado) pra tirar o sono.
Olá, Nuno, como vai?
Nesta matéria abordamos o efeito placebo/”medicamento” placebo dentro do contexto da pesquisa clínica, explicando o que ele é, porque algumas pessoas podem sentir que ele funciona e falamos, justamente, que ele não possui substâncias ativas, por isso, não pode, por exemplo, curar um câncer. Não defendemos e/ou condenamos os medicamentos homeopáticos, inicialmente, nem falamos sobre essas substâncias, apenas respondemos o seu comentário afirmando que a homeopatia faz parte das Práticas Integrativas do SUS.
Abraços!