A falta de vitaminas pode influenciar durante o câncer
Última atualização em 29 de julho de 2021
Orientação nutricional é fundamental no tratamento oncológico, para evitar este tipo de complicações
O baixo nível de vitaminas deixa o paciente mais vulnerável e pode até prejudicar o tratamento.
As vitaminas são substâncias que, apesar de não serem fabricadas pelo corpo (com exceção da D e da K), são essenciais para o seu funcionamento. Elas, juntamente com algumas enzimas, controlam as atividades das células e algumas funções do organismo.
O câncer faz com que os pacientes apresentem um aumento na demanda metabólica, ou seja, é necessário ter mais energia para realizar as mesmas funções. Com isso, o gasto das vitaminas aumenta e a quantidade dessa substância presente no corpo pode não ser suficiente. Consequentemente, é possível que se desenvolvam alguns quadros, como a anemia, fadiga e fraqueza muscular. Dessa forma, a resposta ao tratamento pode ficar comprometida e, em alguns casos, pode até ser necessário adiar uma sessão de quimioterapia, por exemplo.
De acordo com a médica nutróloga do IBCC Oncologia, Drª. Giovana Castilho, outros fatores, como a perda de apetite, também podem influenciar no déficit vitamínico.
“Os pacientes oncológicos apresentam uma redução importante no apetite, têm alterações no paladar e apresentam efeitos colaterais, como náuseas e vômitos, que contribuem para uma perda de peso acentuada. Isso tudo favorece a falta de vitaminas”, diz ela.
Identificando a falta de vitamina
O médico nutrólogo desconfia da falta de vitaminas, principalmente, quando o paciente apresenta uma perda de peso significativa. Com isso, é analisado se o paciente está atingindo a quantidade de calorias necessárias para exercer as funções vitais. Caso ele não atinja 60% dessa necessidade energética por mais de 10 dias, é um grande indício de déficit de vitaminas.
“Porém a confirmação é feita apenas com a solicitação de exames para analisar os níveis vitamínicos”, diz a Drª. Giovana.
De acordo com ela, a maioria dos pacientes apresenta falta de vitamina C, D, E e algumas do complexo B. Fora os minerais como zinco e cobre.
Como corrigir a falta de vitamina
Com os exames em mãos, o oncologista e o nutricionista responsáveis pelo acompanhamento do paciente fazem uma avaliação clínica e antropométrica (dimensões do corpo). Dessa forma, eles estabelecem qual a necessidade calórica e proteica daquela pessoa e criam uma dieta.
“Uma dieta nutritiva é sempre vital para que o organismo funcione melhor. É muito importante a diversidade de legumes, verduras e frutas, para aumentar a ingestão de nutrientes”, explica a nutróloga.
Caso a quantidade suficiente de vitaminas não consiga ser alcançada somente por meio da alimentação, são adicionados suplementos vitamínicos. Eles podem ser de uma vitamina específica, ou ainda um complexo vitamínico.
Os suplementos também podem ser inseridos na dieta do paciente como forma de prevenção, se for observado que a alimentação não está adequada.
Entretanto, a nutróloga ressalta que o paciente não deve iniciar o uso desses suplementos por conta própria! É importante passar pela avaliação médica antes para saber exatamente qual a necessidade do corpo. Isso acontece porque vitaminas demais também podem ser prejudiciais.
“Quando falamos de suplementação de antioxidantes durante o tratamento de quimioterapia e radioterapia pode ocorrer uma redução no efeito do tratamento e piora do prognóstico. De acordo com um estudo realizado pelo American Institute for Cancer Research, esses suplementos devem ser prescritos de forma que o aumento não ultrapasse a dose diária recomendada para atender as necessidades”, conta a Drª. Giovana.
Essa dose ideal pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da idade, gênero e outras questões individuais. Porém, no geral a recomendação é de 2000mg/dia de vitamina C; 250mg/dia de tocoferóis, também conhecidos como vitamina E; e 400 mcg/dia de selênio.
“O uso de suplementação, principalmente de vitamina D, para atingir níveis normais, trazem muitos benefícios. Inclusive, melhorando o prognóstico”, finaliza a Drª. Giovana Castilho.
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