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Quem faz quimioterapia pode ter contato com animais?

Mulher sentada com um cachorro e um gato
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Última atualização em 5 de outubro de 2022

Os melhores amigos do homem podem trazer um companheirismo importante durante o tratamento contra o câncer. Mas deve-se estabelecer alguns limites e cuidados

Os bichinhos de estimação são parte importante da vida de várias pessoas e, para a felicidade dos pacientes oncológicos, quem faz quimioterapia pode ter contato com animais! Entretanto, os medicamentos usados costumam suprimir a imunidade do indivíduo. Por esse motivo, é preciso tomar alguns cuidados para evitar contrair infecções. Além disso, o ideal é evitar o contato com alguns animais mais “selvagens”.

A Drª. Sílvia Loss, médica hematologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz que não somente está liberado ter um pet, mas também afirma que a presença dessa companhia pode trazer vantagens.   

“Em muitos casos, o animal de estimação é parte da família. E, após um diagnóstico de câncer, em que o paciente está fragilizado, podem oferecer muitos benefícios, que incluem: companheirismo, melhora do humor e motivação para se manter ativo”, pontua. Ela lembra, inclusive, que há terapias que contam com animais justamente para melhorar o bem-estar dos pacientes. 

Porém, a médica alerta que o cão ou o gato deve estar com a vacinação em dia e recomenda que eles já façam parte do dia-a-dia. Ou seja, pessoas com câncer podem ter animais, contanto que o bichinho já esteja com a pessoa desde antes do diagnóstico.

A Drª. Sílvia explica que isso acontece porque “animais de origem desconhecida são mais propensos a carregar infecções e não estar com as vacinas atualizadas, mesmo que pareçam saudáveis. Além disso, novos pets consomem muito tempo e energia, fatores que a pessoa pode não ter durante o tratamento do câncer.” 

É importante lembrar que ter contato com bichos de fazenda ou zoológico não é uma boa ideia. É “melhor evitar exposição a outros animais como répteis, galinhas, patos e roedores, pois podem transportar salmonela e outros germes que podem causar infecção”, orienta a especialista.  

Quem faz quimioterapia pode ter contato com animais, mas é preciso ter cuidados!

Apesar de trazerem diversos benefícios, os cães e gatos podem gerar alguns riscos para a pessoa com câncer. O principal motivo para isso ocorrer é porque determinadas terapias oncológicas podem deixar o sistema imunológico do paciente enfraquecido. Consequentemente, há um maior risco de ele contrair infecções e desenvolver quadros mais graves. 

Pessoas com animais de estimação

Como as lambidas, arranhões, mordidades e excretas dos pets podem carregar agentes infecciosos ou causar lesões, que servem como porta de entrada, é preciso estar atento. 

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A Drª. Sílvia fala que o ideal é sempre manter as unhas do cão ou do gato aparadas para haver menores chances de arranhões. Já a frequência de banhos deve seguir as orientações do médico veterinário, bem como a atualização de vacinas e a proteção contra pulgas e carrapatos.

Mas, ela ressalta que é preciso perguntar ao veterinário se alguma vacina é de vírus ‘vivo’ e verificar com a equipe médica da Oncologia se há algum problema em administrá-las.

No caso de pessoas com câncer que tenham gatos, há uma orientação extra: fazer o teste para os os vírus da leucemia felina (FeLV) e da imunodeficiência felina (FIV).

“Mesmo que esses vírus não possam infectar humanos, eles afetam o sistema imunológico do gato e os colocam em risco de outras infecções que podem infectar humanos”, esclarece.

Caso o paciente more com familiares, amigos ou colega de quarto, o ideal é que essa pessoa faça a limpeza dos ambientes que o animal utiliza. Por exemplo, limpar a caixa de areia ou trocar as almofadas do cachorro.

Se não for possível, ao limpar a caixa de areia, o paciente deve usar uma máscara para evitar inalar a poeira da areia. Vale lembrar que a caixa deve ficar longe da cozinha e da sala de jantar. 

Ao lidar com as fezes e/ou urina o paciente deve usar luvas e, em seguida, lavar muito bem as mãos. Além disso, a área onde o animal faz suas necessidades, deve ser desinfetada.

“Mantenha os animais de estimação, como cães e gatos, dentro de casa o máximo possível para minimizar a exposição a outros animais de estimação e animais, como pássaros e roedores, exceto para breves saídas para ‘usar o banheiro’ e passear na coleira em locais onde não encontrará outros animais”, a Drª. Sílvia aconselha.

Algumas doenças podem ser transmitidas pela saliva, por isso é melhor não deixar o pet lamber cortes abertos ou perto da boca. Caso a saliva do animal fique na pele do paciente, é preciso lavar o local com água e sabão. Além disso, é melhor não dormir, beijar ou se aconchegar com o animal de estimação.

Se o bichinho arranhar ou morder, é preciso limpar bem a área e a manter coberta com um curativo. Caso a região fique vermelha, quente, inchada ou com pus, deve-se ligar para equipe médica o mais rápido possível. Esses sinais podem indicar uma infecção e devem ser analisados pelo médico, que avaliará se é preciso prescrever antibiótico ou até mesmo hospitalizar o paciente.

“As mordidas de gato são especialmente propensas a serem infectadas, porque seus dentes longos e estreitos podem causar feridas profundas que são difíceis de limpar”, reforça a Drª. Sílvia Loss. 


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