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COVID-19: o vírus ainda existe e nos grupos de risco continua preocupando

COVID 19 hoje em dia
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Última atualização em 26 de março de 2024

A infecção ainda representa preocupações para grupos de risco, como pacientes oncológicos não vacinados, devido ao risco de quadros graves e da síndrome pós-COVID

Escrito por: Natália Mancini

Quando pensamos na COVID-19, logo nos vem à mente os momentos que vivemos em 2020, com o distanciamento social e os altos números de diagnósticos e de mortes. Já quando olhamos para o cenário atual, tudo parece estar mais controlado e tranquilo e, de certa forma, está. Mas a infecção ainda é muito preocupante para pessoas que fazem parte do grupo de risco, como os pacientes oncológicos, especialmente aqueles que não se vacinaram. Além de uma probabilidade maior de desenvolver quadros graves, essa população também tem mais chances de ter COVID longa, também chamada de síndrome pós-COVID. 

 Desde o surgimento do coronavírus, muita coisa mudou. Passamos pela quarentena, pelo uso obrigatório de máscaras e pelo isolamento social. Mas, felizmente, graças às vacinas, hoje em dia há uma menor quantidade de casos graves e menos mortes. Entretanto, atualmente vemos um aumento significativo no número de casos – principalmente após comemorações em que as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas, como festas de final de ano e carnaval. 

Para parte da população que se vacinou, pegar COVID-19 nos tempos atuais significa passar por alguns dias de dor de garganta, coriza e cansaço. Ou seja, quadros leves da doença. Porém, pessoas que fazem parte do grupo de risco ainda têm chance de desenvolver quadros mais graves. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas primeiras oito semanas epidemiológicas de 2024 cerca de 200 pessoas vão a óbito por semana por conta da infecção – em termos de comparação, isso equivale a um avião caindo semanalmente. 

O número de mortes é muito menor em comparação ao que vivenciamos ao longo dos últimos anos, é verdade. Porém, é possível diminuir ainda mais esse dado  por meio da vacinação e da realização do tratamento.

COVID-19 hoje em dia

Atualmente, as pessoas que apresentam uma maior chance de ter quadros mais graves e piores desfechos são aquelas que não se vacinaram, a população com mais idade e as que têm alguma comorbidade, principalmente aquelas que são imunossuprimidas

COVID hoje em dia

Apesar dessa informação poder ser assustadora, hoje, diferentemente do que vivemos no começo da pandemia, esse grupo pode tratar a COVID-19 e evitar que a infecção evolua para um quadro mais grave. 

Dentre as opções de tratamento para pacientes de alto risco está o medicamento Paxlovid (nirmatrelvir, ritonavir). Esse antiviral pode ser usado por pacientes imunossuprimidos com mais de 18 anos e por pessoas com mais de 65 anos. Mas, é importante estar atento, porque o quadro não pode ser grave e é preciso iniciar o uso desse remédio antes do 5º dia de sintoma. Isso acontece porque o objetivo do tratamento é, justamente, evitar que o quadro evolua e tenha um pior desfecho. Ele pode ser adquirido tanto pelo sistema privado, quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Quantas doses da vacina COVID-19 tem que tomar?

O Ministério da Saúde recomenda diferentes esquemas vacinais conforme a idade das pessoas e a presença de comorbidades.

Para crianças de 6 meses a 4 anos, recomenda-se 3 doses da Pfizer “Baby”. Já para pessoas com cinco anos ou mais, é indicado tomar duas doses e, para pessoas que têm mais de cinco anos e são imunocomprometidas, é indicado tomar três doses e fazer o reforço.

O reforço deve ser realizado por:

  • Pessoas com mais de cinco anos e que façam parte dos grupos prioritários: 1 dose anual.
  • Pessoas imunocomprometidas com mais de cinco anos, gestantes/puérperas e com mais de 60 anos: 1 dose semestral.

COVID longa

A COVID longa, também conhecida como síndrome pós-COVID, acontece quando uma pessoa se cura da infecção, mas continua apresentando sintomas por semanas ou meses. Dentre as principais sequelas estão a tosse, a fadiga, diminuição da capacidade cardiopulmonar e até mesmo questões mentais. As formas de tratamento dependem de indivíduo para indivíduo e dos sinais apresentados.

Coronavírus

O quadro agudo da COVID-19, ou seja, os sintomas mais intensos, costuma durar de uma a duas semanas após a infecção. Portanto, a COVID longa se dá quando passam de seis a oito semanas depois desse período e a pessoa ainda apresenta algum sintoma.

“A definição varia de acordo com a sociedade médica, se é a Organização Mundial da Saúde ou se é a Sociedade Americana, mas normalmente, a gente considera que é COVID longa quando passaram-se seis ou oito semanas e a pessoa persiste com algum tipo de sintoma”, a Drª. Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, reforça.

Ainda de acordo com a médica, é comum que pacientes apresentem essa sequela e isso foi demonstrado por um estudo realizado pela Fiocruz Minas. Nessa análise, 646 pacientes foram acompanhados por 14 meses e 50,2% deles apresentaram a síndrome pós-COVID.

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Quais os sintomas da síndrome pós-COVID?

Segundo a Drª. Dal Ben, estudos identificam diversos sintomas da COVID longa. Mas, os mais comuns são:

  • Fadiga
  • Alteração da capacidade cardiopulmonar (redução no desempenho respiratório)
  • Tosse persistente
  • Taquicardia
  • Palpitação
  • Dor de cabeça
  • Alteração no paladar e/ou no olfato

A infectologista conta que além dos sinais físicos, algumas pessoas também estão desenvolvendo sequelas mentais, como dificuldade de concentração e perda de memória. Fora isso, em casos nos quais o paciente precisou ser internado por conta da infecção ou teve um quadro mais grave, também tem se identificado quadros de ansiedade e depressão como sequela pós-COVID.

“Em estudos grandes conseguimos ver até outros tipos de sintomas, como alterações em hábitos intestinais, alteração na menstruação e dores articulares. Mas são coisas menos frequentes”, ela relata.

A médica complementa que “o tempo de duração desses sintomas varia de pessoa para pessoa e ainda estão sendo feitos os estudos que pretendem explicar melhor quais são os seus fatores determinantes. ”

Como tratar a COVID longa

Não existe um único medicamento para tratar essa síndrome, por isso o tratamento varia de acordo com o sintoma que aquele indivíduo apresenta. Também é possível realizar terapias não medicamentosas, como exercícios de reabilitação.

A Drª. Prado explica que “os antiarrítmicos, antidepressivos, analgésicos e imunomoduladores são exemplos de classes de medicamentos que podem ser indicados, conforme a queixa apresentada. ”

Tratamentos para a covid longa

Segundo ela, em algumas situações, também podem ser indicadas medidas não farmacológicas, como exercícios de reabilitação para a cognição e mudanças alimentares.

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Quem tem maior risco para COVID longa?

Vários fatores podem aumentar a chance de alguém ter a síndrome pós-COVID, sendo um deles a não vacinação ou não ter completado o esquema vacinal. 

A Drª. Dal Ben afirma que o risco aumenta em quem teve sintomas mais graves, quem teve reinfecção (pegou COVID mais de uma vez) e em quem não se vacinou ou não tomou todas as doses recomendadas.

Quem tem maior risco para covid longa

“Um estudo italiano comparou a incidência de acordo com o número de doses da vacina e, quanto maior a quantidade de doses, menor a porcentagem de pessoas que tiveram COVID longa. A mesma coisa aconteceu em um estudo no Reino Unido: eles compararam quando a pessoa estava vacinada, ou não, e, para quem se vacinou, caiu pela metade o risco de ter sintomas de covid longa”, a doutora fala.

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