Nova vacina da COVID-19 protege contra variante
Última atualização em 1 de março de 2023
Apesar da vacina ser segura e eficaz para todos, é provável que apenas uma parte da população a tome
No final de novembro de 2022, uma nova vacina da COVID-19 foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso emergencial como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade. Trata-se da vacina bivalente que, além de proteger contra a cepa original do vírus, também defende contra a variante Ômicron.
Uma vacina bivalente é um imunizante que ajuda o corpo a desenvolver defesa contra dois tipos de vírus ao mesmo tempo. O Dr. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que foi necessário criar essa vacina, porque o coronavírus teve um comportamento inesperado.
“A gente achava que poderia ir atualizando a vacina da COVID-19 conforme iam surgindo novas variantes, que seria possível prever antecipadamente qual tipo de variante apareceria e produzir uma vacina antes da temporada de circulação, assim como fazemos com a vacina da gripe”, o Dr. Kfouri diz.
Entretanto, o médico conta que o coronavírus teve um comportamento que não permitiu identificar e definir uma sazonalidade. Além disso, como surgiram diversas variantes em pouco tempo, os especialistas também não conseguiam descobrir qual seria a próxima mutação para criar a vacina com antecedência.
“A gente só conseguiu fazer uma vacina diferente quando a Ômicron veio para ficar. Ela já está em circulação há 14 meses e isso permitiu que a vacina fosse adaptada para ter um poder de neutralização melhor”, ele pontua.
Como a nova vacina da COVID-19 funciona?
O imunizante bivalente da Pfizer, que é, até agora, o único aprovado no Brasil, é feito com RNA mensageiro, assim como a vacina da farmacêutica que já vem sendo aplicada no país. A diferença é que ela protege contra o vírus original, mas também contra a variante Ômicron.
“Os estudos mostraram que fazer uma vacina só de Ômicron era menos efetiva em comparação a fazer uma vacina combinada, mantendo a cepa original e a variante Ômicron. Por isso, se fez uma vacina não só Ômicron, mas uma vacina bivalente, mantendo a forma original e a variante”, fala o Dr. Kfouri.
Ele ainda ressalta que “a segurança e os efeitos colaterais são os mesmos da vacina monovalente (contra o vírus original), porque a forma de imunizar é igual, por meio do RNA mensageiro.”
Como saber se sou imunossuprimido
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Para quem ela é indicada
Apesar da vacina ser segura e eficaz para a população como um todo, ela será aplicada, preferencialmente, nas pessoas que fazem parte do grupo de risco. Dentre esses grupos estão os imunossuprimidos, como pacientes oncológicos, idosos e pessoas com comorbidades.
“Há uma grande discussão, porque, provavelmente, não vamos revacinar o planeta todo. Nem todos deverão ser vacinados. Então, vamos observar o comportamento da doença. Mas está certo que essa população deve ser vacinada, especialmente aquelas que já completaram de quatro a seis meses da última dose de reforço”, afirma o vice-presidente da SBIm.
O Ministério da Saúde declarou que a vacinação contra a COVID-19 entrará no plano anual de imunização a partir de 2023 para essas pessoas.
“Para quem não é do grupo vulnerável, estar com o esquema vacinal em dia confere uma proteção excelente para as formas graves da doença. Considera-se hoje adequadamente vacinado, quem tem, no mínimo, três doses de vacina a partir dos 5 anos de idade para que as formas graves possam ser prevenidas”, finaliza o Dr. Renato Kfouri.
Calendário da vacina bivalente
De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha será dividida em etapas, que serão:
• Fase 1: pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
• Fase 2: pessoas entre 60 e 69 anos;
• Fase 3: gestantes e puérperas;
• Fase 4: profissionais de saúde
De acordo com um levantamento realizado pela CNN, pelo menos 17 capitais já iniciaram a vacinação no dia 27 de fevereiro: Porto Alegre, São Paulo, Porto Velho, Boa Vista, Palmas, Macapá, São Luís, Teresina, Natal, Maceió, Aracaju, Goiânia, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Rio Branco.