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Homens com PTI podem ter filhos

Homem com pti pode ter filhos
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Última atualização em 7 de dezembro de 2022

A  púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) não é considerada um impeditivo para pacientes do sexo masculino serem pais

Escrito por: Natália Mancini

Homens com PTI podem ter filhos independentemente se o quadro estiver estabilizado ou não. Isso acontece porque, em geral, nem a doença, nem os tratamentos afetam a fertilidade. Porém, de qualquer forma, é interessante conversar com o hematologista antes de tentar conceber, para garantir que o paciente está com boa saúde.

A Drª. Ana Clara Kneese, responsável pelo Serviço de Hematologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, explica que o que pode acontecer é o homem já ter alguma questão de fertilidade antes de iniciar o tratamento, porém não saber que ela existe. Então, quando ele  tenta conceber, depois de começar o tratamento para a PTI, e não consegue, passa a investigar e descobre o quadro. 

“O ideal, para essas situações, é fazer o teste prévio à terapia”, ela aconselha.

Homens com PTI podem ter filhos mesmo estando em tratamento

Os principais tratamentos para púrpura trombocitopênica idiopática são as medicações imunossupressoras, como os corticoides, a Ciclofosfamida e a Azatioprina. 

De acordo com a Drª. Ana Clara, se esses medicamentos fossem tomados em doses muito altas, poderiam afetar a fertilidade, causando, por exemplo, alteração na motilidade dos espermatozoides ou ainda interrompendo totalmente ou parcialmente a produção deles.

Homem com problema de fertilidade

“Quando fazemos uma avaliação das bulas, em alguns medicamentos está citado que isso pode acontecer em animais, como é o caso dos corticoides. Mas não há evidências ou relatos disso em humanos. A única que parece, de fato, afetar é a ciclofosfamida, que é um imunossupressor, porém é usado de forma muito rara atualmente”, ela explica.

A médica complementa contando que no caso da Azatioprina, se ela for tomada em “altíssimas doses, certamente provocará diminuição ou impedimento da produção de espermatozoide”. Entretanto, ela ressalta que nas doses utilizadas para a PTI, não há relatos desse tipo de efeito em qualquer um dos medicamentos citados. 

De qualquer maneira, a Drª. Ana Clara orienta que pacientes homens com PTI falem com seu hematologista antes de tentar conceber. Pois, apesar de não haver recomendação formal de interromper o tratamento nesse período, em alguns casos pode ser indicado parar por precaução. 

“Havendo a programação de engravidar a companheira ou mesmo para a coleta de sêmen, podemos indicar a retirada da medicação. Mas, de novo, não tem uma formalização disso nas doses usadas para PTI, é só por um excesso de cuidado.” 

Já no caso das mulheres, é um pouco mais delicado. “Enquanto a mulher está tomando a medicação, principalmente no período embrionário, que são as primeiras semanas, aí sim é mais possível que haja alguma complicação”, a especialista diz.

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Não, a PTI não é hereditária, ela é uma doença adquirida, ou seja, que aparece ao longo da vida. 

Por outro lado, há algumas famílias que têm um histórico de doenças autoimunes por conta de algumas características do sistema imunológico. “Aí sim, essas características podem ser herdadas e podem facilitar a ocorrência de doenças autoimunes e, dentre elas, a PTI. Mas a PTI em si não, ela não passa pra ninguém”, a Drª. Ana Clara Kneese Nascimento esclarece.


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