Projeto Dodói ajuda crianças na luta contra o câncer infantil
Última atualização em 29 de julho de 2021
Essa iniciativa tem como objetivo diminuir o sofrimento do paciente que está internado. Ajude mais crianças a receberem esse material
Apesar dessa “vantagem” que as crianças apresentam, os períodos de internação para o tratamento têm um impacto emocional muito grande. Ficar longe dos amigos, da escola e brincadeiras pode fazer com que elas se sintam desanimadas para continuar a terapia.
Além disso, é muito comum que os pais sintam um pouco de dificuldade para conversar com os filhos nesse momento. Saber como contar que ele tem câncer, explicar como vai ser o tratamento e entender o que a criança está pensando são as principais preocupações.
Pensando nisso, foi criado o Projeto Dodói!
A Merula Steagall, uma das idealizadoras do Dodói, diz que “sempre observava a dificuldade da minha mãe e de outros pais para falarem com as crianças de forma transparente sobre o diagnóstico e etapas do tratamento. Pensando no quanto as crianças são inteligentes e como é importante elas entenderem com clareza o que se passa, pensei em desenvolver um projeto que contribuísse neste entendimento”.
Para que a ideia pudesse ser elaborada, era essencial ter alguém com muita experiência em se comunicar com crianças. Foi então que o Mauricio de Sousa abraçou a ideia e o Kit Dodói começava a ganhar forma.
O que é o Kit Dodói?
Depois que o Mauricio de Sousa se encantou com a iniciativa, uma equipe multidisciplinar foi formada para criar os conteúdos. Foram dois anos de trabalho duro, pesquisas e reuniões até tudo estar pronto.
“Para o Instituto Mauricio de Sousa, é de extrema importância fazer parte de projetos como esse. Além de estar alinhado com a nossa missão, acreditamos que parcerias como essa contribuem para a autoestima das crianças. Também humaniza e envolve os profissionais e familiares que estão em contato direto com a realidade diária dos pacientes. É muito importante que as personagens falassem diretamente com as crianças em tratamento. Por isso, para esse caso, criamos a Maria e a Sol, pacientes de leucemia e linfoma, respectivamente” conta Amauri Sousa, diretor executivo do Instituto.
A humanização do tratamento e autoestima das crianças são trabalhadas por meio dos 15 itens que compõem o Kit Dodói.
A criança pode escolher entre um boneco da Mônica ou do Cebolinha que são acompanhados por um kit médico. Dessa forma, o paciente passa a ser o doutor desse boneco, repetindo no brinquedo os mesmos procedimentos aos quais ele é submetido.
Além disso, o Kit contém um gibi com histórias da Maria e da Sol; uma revista de atividades; cinco cartazes sobre: doação de medula óssea e de sangue, sintomas dos cânceres infanto-juvenil e outros dois sobre linfoma e leucemia; jogos e avisos de porta; um cartão contendo escala de dor para facilitar a comunicação da criança com os cuidadores; cartões de diagnóstico contendo sensações e sentimentos que o paciente pode estar sentindo; um livro sobre o câncer infantil em geral; adesivos; máscara hospitalar; cartilha para os pais com orientações e informações; caixa de histórias contendo 104 cartas para montar várias histórias; botton; aplicativo Dodói e um manual de orientação para a equipe de saúde.
Como o Kit Dodói ajuda no tratamento do câncer infantil?
A doença e a necessidade da internação hospitalar podem trazer consequências psicológicas para a criança. Assim, o objetivo do Projeto Dodói é amenizar esse sofrimento e integrar a criança e seus familiares ao tratamento.
“Ao brincar, a criança doente pode recuperar capacidades, desenvolver senso de controle, exercitar a flexibilidade e a espontaneidade. Além de reparar frustrações, exercitar mecanismos de adaptação, melhorar seu desempenho e recuperar a capacidade de diversão e motivação”, explica Melissa Pereira, gerente do Apoio ao Paciente e responsável pelo Projeto Dodói na Abrale.
Ou seja, a brincadeira serve como uma autoterapia para a criança, que além de brincar com esse material, passa a entender melhor a sua doença. Isso a prepara emocionalmente para as etapas do tratamento, tornando-o menos complicado de ser enfrentado.
“É essencial que as crianças tratadas em enfermarias ou ambulatórios disponham de atividades lúdicas programadas, dirigidas por profissionais de saúde. Dessa forma, por meio do brinquedo, elas poderão experimentar uma nova forma de ser”, de acordo com a Melissa.
Para que esse material seja aproveitado da melhor forma, a Abrale oferece um treinamento nos locais que receberão o Kit. Dessa forma, os profissionais responsáveis pela aplicação do Dodói naquele hospital recebem uma explicação sobre cada peça. Bem como a forma que elas podem facilitar o trabalho da equipe de saúde.
O Kit foi pensado para crianças que tenham entre 3 e 14 anos e está implementado em alguns hospitais do Brasil. Cada um desses centros de tratamento tem um coordenador responsável pelo Projeto que oferecerá o Kit para o paciente oncológico que estiver fazendo tratamento naquele local.
O passado e o futuro do Projeto Dodói contra o câncer infantil
O Projeto Dodói funciona há 13 anos e até agora já está em 40 hospitais em diversas áreas do Brasil. Mais de 5 mil crianças já receberam o Kit e mais de 200 profissionais foram capacitados.
No dia 27 novembro de 2019, a Abrale levou 30 Kits para o Hospital Grendacc, em Jundiaí, interior de São Paulo.
O objetivo para 2020 é fazer a entrega de 2650 Kits para 12 hospitais parceiros que atendem crianças do SUS. Ao mesmo tempo que serão realizados dois treinamentos para seis centros de tratamento, totalizando 30 novos profissionais capacitados.
Para alcançar esse propósito, está acontecendo o Crowdfunding do Projeto Dodói. A meta é juntar R$100 mil reais para produzir esses novos kits e ajudar mais crianças.
Quem quiser ajudar a causa e fazer uma doação de qualquer valor só precisa entrar no site Projeto Dodói 2019. A sua doação ajudará a impactar o maior número possível de pacientes que estão necessitados de melhores condições de tratamento!
Principais sintomas dos cânceres infantis
– Palidez, hematomas ou sangramento
– Caroços ou inchaços, principalmente se não doerem e não estiverem associados à febre ou infecções
– Perda de peso sem explicação
– Suor noturno
– Tosse ou febre persistente
– Inchaço abdominal
– Dores de cabeça graves e persistentes
– Dor em membros ou dor óssea, sem trauma ou sinais de infecções
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