Do que você tem medo?
Última atualização em 22 de novembro de 2022
Embora seja um sentimento comum, é importante ficar atento para que ele não atrapalhe durante o tratamento oncológico
O medo de sofrer é inerente ao ser humano. Este sentimento surge em resposta à consciência frente uma situação de eventual perigo e/ou a partir da ideia de que algo, geralmente desconhecido, pode ameaçar nossa segurança, nossa vida ou a de alguém que amamos. Durante o câncer o medo pode ser muito comum. Mas, e quando desconfiar que esta sensação saiu do controle, do normal? Te contamos aqui nessa matéria!
O câncer ainda assusta
Existem diferentes técnicas que podem ajudar você a trabalhar o medo e a ansiedade que o câncer, e outras situações da vida, podem trazer.
As novas opções de tratamento para os pacientes oncológicos são inúmeras e cada vez mais apresentam melhores resultados. No caso dos cânceres do sangue, como as leucemias e linfomas, além de possibilitarem a remissão completa da doença na maior parte dos casos, as inovações medicamentosas podem, inclusive, trazer a cura.
E mesmo com tantas notícias boas, o câncer ainda gera medo. De acordo com Fabiana Marthes Molli Caron, presidente da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO), isso acontece devido à ameaça real e simbólica que a neoplasia representa.
“Adentrar a experiência desconhecida de tratamentos, que podem ser mutilantes e incapacitantes, com a possibilidade de morte permeando essa experiência, causa esse sentimento que, quando bem elaborado, pode nos mover de forma positiva. Apesar de hoje a cura ser possível, o medo do sofrimento, dos efeitos colaterais e da imprevisibilidade da cura continuam permeando a pessoa diagnosticada”, explica.
De fato, embora os tratamentos proporcionem desfechos clínicos positivos, não significa que toda a experiência será fácil para o paciente. É possível que haja mudanças no corpo e na rotina e, como muito bem lembrado pela psicóloga Fabiana Caron, efeitos colaterais, que também podem gerar angústia.
“Só podemos afirmar que conhecemos de fato algo quando vivenciamos a experiência de corpo e alma. Cada pessoa é única e, por isso, sente esses efeitos de forma individual e subjetiva, sem saber sua reação antes de vivenciar concretamente. Conhecer através dos outros, como médicos, equipe de saúde, ex-pacientes, não é conhecer de fato. É como vislumbrar e tentar imaginar uma história que não é sua, pois a sua só será conhecida após viver o processo”, comenta a presidente da SBPO.
A recidiva também é um fantasma que assombra muitos pacientes.
“O pensamento de que a doença pode voltar é algo muito estressante, por isso é o melhor a fazer é procurar um suporte psicológico para trabalhar os pensamentos e os sentimentos com o objetivo de minimizar pensamentos disfuncionais e catastróficos, como ficar o tempo todo pensando na recidiva”.
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Deixe o medo de sofrer de lado!
Existem diferentes técnicas que podem ajudar você a trabalhar o medo e a ansiedade que o câncer, e outras situações da vida, podem trazer.
“Hoje, a Terapia Cognitivo/Comportamental, e também as terapias chamadas de terceira onda, como a Terapia Focada na Compaixão e a Terapia de Aceitação e Compromisso, disponibilizam inúmeras técnicas e instrumentos psicológicos para trabalhar o medo, a ansiedade e o estresse que assombram os pacientes oncológicos, além de ajudarem a minimizar ao máximo os efeitos negativos do medo, deixando claro que este sentimento também tem seu lado saudável e protetivo”, salienta Fabiana.
O suporte de um profissional da Psicologia será muito importante para fortalecer as emoções não só do paciente, como também do familiar. A Abrale oferece apoio psicológico gratuito. Entre em contato pelo (11) 3149-5190 ou [email protected]
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