Espiritualidade, uma importante aliada do paciente
Última atualização em 29 de julho de 2021
Cada vez mais a espiritualidade e a ciência estão se aproximando. Juntas, elas podem tornar o processo do tratamento oncológico menos desconfortável
De acordo com o Dr. Tiago Pugliese Branco, médico geriatra da equipe de cuidados paliativos do Icesp, “existe a pessoa espiritualizada que não necessariamente é religiosa, entretanto a religiosidade está dentro do escopo da espiritualidade”.
O Dr. Branco conta que, na sua experiência, o brasileiro acaba por recorrer muito à religião quando se trata de espiritualidade. Mesmo que antes do diagnóstico da doença o paciente não tinha contato frequente com a prática religiosa ou estava afastado dela, é comum que ele se conecte a ela nesse momento. Ou, pelo menos, fique mais próximo de um ser superior, mesmo sem se inserir em uma tradição religiosa específica.
“Às vezes, a espiritualidade está pautada nessas questões de vínculos familiares, prática de alguma atividade e contato com a natureza. Mas, essencialmente, a questão religiosa aparece forte na sociedade brasileira, na maioria das vezes, as pessoas recorrem à religião”, diz o geriatra.
A espiritualidade pode influenciar na saúde
Essa prática, primeiramente, tem impacto nos costumes da pessoa. Por exemplo, a religião prega hábitos de vida saudáveis, não ter vícios e exercícios de caridade. Isso tudo promove a saúde emocional do indivíduo, auxiliando, consequentemente, na parte física.
“Existem estudos observacionais – que não estabelecem uma relação de causa e consequência, só constatam fatos – que mostram que quem frequenta lugares religiosos com uma certa periodicidade tem um tempo de sobrevida mais longo em comparação com aqueles que não frequentam”, conta o Dr. Branco.
Espiritualidade e o câncer
Tanto a religiosidade quanto a espiritualidade podem servir como ponto de apoio e enfrentamento durante a doença. Essas práticas ajudariam a pessoa a entender o câncer como uma etapa da vida e trariam conforto. Inclusive, a questão da finitude pode ser redefinida pelas religiões, por meio da crença da vida após a morte.
A espiritualidade de um paciente pode ajudar também na sua aproximação com o médico. Assim, de acordo com estudos, o paciente fica mais propenso a aceitar os tratamentos propostos pela equipe médica.
“Quando os médicos questionam sobre espiritualidade, os pacientes se surpreendem. Isso aprofunda muito o vínculo e a relação médico-paciente. Costumamos dizer que, por si só, isso já costuma ter um impacto positivo, já tem um caráter terapêutico”, o Dr. ressalta.
Isso não quer dizer que todas as pessoas devem estar ligadas à questão da espiritualidade. Entretanto, se ela tiver, isso pode ser resgatado de acordo com os valores e histórico daquela pessoa para integrar no tratamento.
“É importante termos contato com essas crenças e saber abordar isso no sentido de validar e mostrar que é importante sim. Tanto para enfrentar quanto para lidar com as situações que vão acontecer ao longo da doença. Além, também, de mostrar que achamos isso importante”, explica o médico.
Por outro lado, para algumas pessoas religiosas o diagnóstico do câncer é um momento de questionamento. Elas passam a perguntar o porquê da doença estar acontecendo com elas. Por isso, é importante ter um profissional específico que saiba lidar com esse tipo de situação ou até mesmo um sacerdote daquela tradição. Assim, essa pessoa pode acolher e tentar trazer respostas espirituais para o paciente, evitando que ele tenha um sofrimento emocional adicional.
“Essa conversa não é algo ensinado nos currículos de Saúde. Então tentamos promovê-la, ensinando aos profissionais a perguntarem para o paciente se ele tem religião e se isso tem importância para ele. Ou ainda, o que é importante para ele naquele momento”, finaliza o Dr. Tiago Pugliese Branco.
Yoga, um grande aliado contra o câncer
[…] ganha amplo apoio de médicos e dos estudos da medicina como um todo. Ela já se provou benéfica para pacientes com câncer, por exemplo, e até agora, em tempos de pandemia, a espiritualidade foi forte aliada dos […]
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