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Mielofibrose: quase 3 mil internações foram realizadas para tratamento, no Brasil

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Última atualização em 12 de dezembro de 2024

Veja mais dados no levantamento do Observatório de Oncologia

Escrito por: Tatiane Mota

Veja mais dados no levantamento do Observatório de Oncologia

A mielofibrose é uma doença hematológica mieloproliferativa crônica, podendo ser classificada como primária, ou seja, sem causa conhecida, ou secundária, quando advém de trombocitemia essencial (TE) ou da policitemia vera (PV). Muitas vezes, não apresenta sintomas e têm como principal característica a produção defeituosa das células-tronco, responsáveis pela origem de todos componentes do sangue. É mais comum em pessoas acima dos 50 anos.

O tratamento depende da condição clínica do paciente e do estágio em que se encontra. Para os assintomáticos, é possível que apenas o acompanhamento médico seja realizado, sem intervenções. Porém, em estágios mais avançados, opções de tratamento incluem o transplante de medula óssea (TMO) alogênico, indicada especialmente em pacientes mais jovens e com bom estado de saúde; inibidores do JAK2 como o Ruxolitinibe, que pode ser prescrito para controlar os sintomas associados às mutações genéticas, reduzindo complicações e melhorando a qualidade de vida; ou outras terapias, como cirurgia para retirada do baço (esplenectomia) e terapias de suporte, como transfusões de sangue e medicações para aliviar sintomas.

Um levantamento feito pelo Observatório de Oncologia a partir de dados abertos mostra que entre os anos de 2018 a 2022, 2.957 internações foram realizadas, sendo os procedimentos mais comuns “tratamento clínico do paciente oncológico” e “tratamento de intercorrências clínicas do paciente oncológico”.

A maioria dos pacientes com mielofibrose internados era do gênero masculino (55%). A raça/cor e faixa etária com a maiores proporções de internação foram branca (51,6%) e de 60 a 69 anos (28%), respectivamente.

Mais de 71% dos pacientes foram internados em um município diferente do que residem. O estado com maior número de internações foi São Paulo (834), seguido por Minas Gerais (476) e Rio de Janeiro (280). Das 2.957 internações, 310 pacientes foram a óbito (10,5%).

A média de custo por internação para o período foi de R$4.218,82 e um total de R$12.622.719,62 foram gastos em internações para o agravo.

Sistema de Informação Hospitalar (SIH)

Quimioterapia

A quimioterapia de 1ª linha para doença mieloproliferativa rara foi o procedimento mais frequente.

As mulheres representaram 54,5% dos pacientes, enquanto os homens constituíram 45,5% do total. A faixa etária mais prevalente entre os usuários foi de 60 a 69 anos, abrangendo 31,8% do total, seguida pela faixa etária de 70 a 79 anos, que contou com 31,7%.

Destaca-se que a maioria dos pacientes (56,3%) que fizeram a quimio não reside no mesmo município onde realizou o procedimento. Além disso, 33,4% dos pacientes enfrentaram uma espera superior a 60 dias para iniciar o tratamento após o diagnóstico.

O ano de 2020 foi o ano com maior número de pacientes, alcançando 5.500, enquanto 2018 registrou o menor número, totalizando 4.261 pacientes.

O custo médio por procedimento para o período foi de R$339,87 e o valor total foi de mais de 69 milhões. O ano com maiores gastos foi de 2022, com o direcionamento de R$15.328.636,50 para procedimentos em quimioterapia para a doença.

Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) 

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Mortalidade

Entre os anos de 2018 e 2022, nos quais o estudo foi conduzido, foram totalizados 1.556 óbitos pela mielofibrose. São Paulo foi o estado com mais mortes, com 433 óbitos, seguido por Minas Gerais, com 200, e Rio de Janeiro, com 152, sendo os três estados situados na região Sudeste e concentrando mais de 50% dos óbitos. O estado do Amapá não computou nenhuma morte por mielofibrose no período estudado.

Os anos com maior e menor número de óbitos foram, respectivamente, 2020, com 321 mortes, e 2021, com 296.

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