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A alegria da remissão de um câncer

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Este momento deve ser acompanhado por cuidados essenciais para se manter saudável e conquistar a cura plena do câncer

“A remissão completa acontece quando não encontramos sinais de câncer nos exames físicos, de imagem e laboratoriais. Diferente de uma remissão parcial, quando as células malignas diminuíram, mas podem ser encontradas, a completa é um passo muito comemorado e essencial para atingir a cura”, explica o Dr. Jacques Tabacof, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) e membro do Comitê Médico da Abrale.

A cura só é decretada anos depois do paciente entrar em remissão. Apenas se durante toda a manutenção, nenhum sinal da doença voltou a aparecer. Esse tempo varia entre 2, 5 e 10 anos, dependendo do tipo de câncer.

COMEMORE E SEJA FELIZ

Ainda assim a remissão é um enorme motivo para comemorar. Há quem acredite que celebrar esse marco é importante para retomar o controle emocional, geralmente abalado durante o tratamento.

“Saber que havia no corpo células defeituosas que foram derrotadas depois de lutarmos com bravura traz uma sensação de realização indescritível”, testemunha Danilo Prado, autor de O Templo dos Guerreiros, livro no qual conta toda sua trajetória até a vitória sobre um linfoma não-Hodgkin de grandes células difusas B. Ele defende a realização de algum ritual comemorativo em agradecimento pela cura. Pode ser uma festa com parentes e amigos, uma missa, uma meditação ou uma viagem de descanso.

“Registramos no nosso cérebro a mensagem de que estamos novamente no comando da própria vida. Que vencemos o inimigo, o que nos impulsiona para continuar adiante”. Mas é fundamental saber como fazer isso. Não se pode dar brechas para a doença voltar ou para o surgimento de outros males. Para isso, é preciso seguir à risca a manutenção, recomendada pelos médicos.

IR AO MÉDICO AINDA É ROTINA

“No primeiro mês após o fim do tratamento com a quimio ou radioterapia, o paciente ainda deve manter todos os cuidados de antes, como não se expor muito ao sol, evitar multidões para não pegar infecções e ter alimentação restrita”, explica o Dr. Jacques Tabacof.

Com o tempo os glóbulos brancos voltam ao normal e a imunidade melhora, mas não totalmente. A pessoa é considerada imunossuprimida. Isto significa que qualquer sinal de qualquer doença infecciosa precisa ser imediatamente tratado. Por isso as consultas médicas periódicas são um componente fundamental no período de remissão. Elas devem ser feitas a cada 3 ou 4 meses e com o onco-hematologista que acompanhou o tratamento.

“A maioria das recidivas é detectada no consultório, durante o exame físico feito pelo profissional que já conhece o corpo daquela pessoa, e não com uma bateria de exames sofisticados”, defende Tabacof. Inclusive, ele diz que há uma recomendação médica internacional de não serem realizadas tomografias nesse período a não ser em casos de extrema necessidade. “O exame sozinho pode mascarar algo que no contato pessoal com o médico poderia ser detectado”.

OLHAR ATENTO A TUDO

Danilo Prado, por exemplo, descobriu numa das consultas de um dos indicadores do linfoma, começou a aumentar até superar o limite máximo. Com a supervisão do médico fez pesquisas que o levaram a tirar o glúten da sua alimentação. “Li uma informação sobre a ligação desse alimento com o alimento e fui mais fundo”, conta. Desde então, os exames estão normais. Antes, o médico o livrou da ação de um fungo oportunista, que se alojara em uma unha. “Descobrimos rapidamente e tratamos. Mas soube de pessoas que perderam a vida por acharem que uma unha escura para quem já teve um câncer não era nada de grave.”

O PIOR JÁ PASSOU, MAS A LUTA CONTINUA 

A vigilância, como se vê, é o lema para quem está em remissão. O Dr. Jacques Tabacof, por exemplo, costuma ser mais liberal quando a vida social, alimentação e exercícios do paciente e a imunidade melhoram. Mas não abre mão das consultas, com a realização de exames quando necessário. Claro que é ruim reviver momentos que eram rotineiros durante o tratamento, como coletar sangue, fazer exames de imagem e frequentar os mesmos ambientes que fizeram parte de um passado doloroso.

Esse movimento, porém, deve ser encarado com naturalidade, como medidas preventivas e positivas. E, vamos combinar, elas são infinitamente menos desgastantes do que as tormentas da quimioterapia e radioterapia.

TODA AJUDA É IMPORTANTE

Como o tratamento contra o câncer é agressivo e debilita o organismo, é importante considerar com o oncologista o acompanhamento multidisciplinar e também com especialistas de outras áreas médicas como cardiologistas, oftalmologistas, dentistas. Afinal, o pior já passou, uma batalha já foi ganha e vale a pena ter certeza que está tudo em ordem. Aí, mais forte, é hora de fazer novos projetos, partir em busca da realização de sonhos e acreditar em um futuro radiante que nos espera.


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7 Comentários
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Ótima informação. Nunca é demais!!

Olá, eu tratei um linfoma não hodgkin linfoblastisco com Hyper CVAD quase um ano e depois mais dois anos de POMP entrei em remissão e estou em remissão a quatro anos.
Meus exames de sangue, raio x, tomografia.. sempre estão bons.
Quais são as chances de recidiva?

Olá, sou uma paciente com diagnóstico de linfoma não hodgkin,estou em remissao há 1 anos e 3 meses.No entanto sinto muitas dores pelo corpo,principalmente nas juntas,com muito formigamento.
Quero saber se esses sintomas são normais pós quimioterapia?

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