A falta de dinheiro prejudica os pacientes
Última atualização em 3 de maio de 2021
A falta de dinheiro pode se agravar com as decisões assustadoras tomadas pelo novo governo e os pacientes serão ainda mais prejudicados
Andréa Bento – Coordenadora de Políticas Públicas da ABRALE
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído na Constituição Federal de 1988. Ele oferece a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde. Considerado um dos maiores e melhores sistemas de saúde públicos do mundo, o SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros. Alias, realiza por ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos. Aqui estão inclusas 400 milhões de vacinas aplicadas anualmente; também, hemodiálise para 70 mil pacientes com doenças renais crônicas. Sendo que o dinheiro gasto em transplante de órgãos chega a de R$ 4,4 milhões. Há ainda as mais de 20 mil drogarias de Farmácia Popular, que garantem medicamentos básicos e de alto custo para milhares de pessoas em todo o país.
Porém, nos mesmos hospitais que oferecem esses tratamentos, também há falta de médicos, leitos e remédios. E aí, quando há uma epidemia como a de dengue, zika vírus e chikungunya, a Saúde fica totalmente desestabilizada. O dinheiro é insuficiente e cada vez mais se processa o Estado para garantir a saúde pública.
Nos anos de 2012 e 2014, as ações judiciais deram um grande salto. Desse modo, passaram de R$ 367 milhões para R$ 844 milhões, com um valor de R$ 1,76 bilhão nos três últimos anos (fonte: Interfarma).
PEC 241
Segundo dados do Governo Estadual, a lista para tais ações vai desde a solicitação de achocolatados diet; fraldas e pilhas alcalinas até medicamentos fundamentais para a vida. Para tentar resolver esses problemas, o atual governo Michel Temer vêm tomando decisões assustadoras. Essas decisões estão sendo tomadas juntamento com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Como a proposta de Planos Populares e a aprovação no Congresso Nacional para a PEC 241. Uma proposta de emenda da Constituição Federal para congelar por 20 anos os investimentos federais em saúde; educação; saneamento; segurança pública e outros direitos sociais.
Isso significa que até 2036 o Brasil não vai poder aumentar os recursos federais, que hoje aplica para garantir esses direitos ao povo brasileiro. Já os planos populares são uma tentativa suicida do governo de desafogar o SUS e levar usuários a utilizarem serviços que sequer terão cobertura para uma quimioterapia.
Para agravar ainda mais a situação, o Observatório de Oncologia, plataforma que analisa e monitora dados públicos, identificou em um de seus estudos que até 2029 o câncer será a principal causa de morte no Brasil.
É realmente preocupante a crise política e financeira que estamos enfrentando. Por isso, o 3º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer discute o financiamento da saúde, acesso ao tratamento e judicialização. Precisamos encontrar maneiras de barrar essa grave manobra política e a falta de dinheiro que está prejudicando tantos pacientes.
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Muito bom o artigo!! Parabéns pelas informações!!