A terapia ocupacional cuida de você por inteiro
Última atualização em 12 de maio de 2022
Ela ajuda na reabilitação do paciente com câncer, seja nos aspectos físicos, sociais e emocionais
O diagnóstico de um câncer costuma gerar impactos sociais, emocionais e também físicos ao paciente. Tratar cada um deles não só é uma necessidade, é um direito. O paciente oncológico precisa ser visto como um todo. Tratar a neoplasia é prioridade. Mas nem por isso as mudanças no corpo, na mente e, principalmente, no cotidiano, devem ficar em segundo plano. É por meio da terapia ocupacional que cada uma dessas funções recebe a atenção adequada
O que é terapia ocupacional?
De acordo com Walkyria de Almeida Santos, terapeuta ocupacional especialista em contextos hospitalares e membro do Comitê de Terapia Ocupacional da Abrale, essa é uma importante área de estudo e pesquisa, que se baseia nas ocupações humanas e de como elas impactam as esferas em saúde, educação e sociais, de todos os indivíduos nos diversos ciclos da vida.
“Terapia ocupacional forma terapeutas ocupacionais, assim como a medicina forma médicos. Ela compõe, junto à equipe multiprofissional assistencial, os cuidados do paciente oncológico. Nas áreas ambulatorial, hospitalar, domiciliar e nas diversas fases do tratamento, ou seja, do diagnóstico até o fechamento do caso, seja para alta ou cuidados paliativos”, explica.
Quem faz quimioterapia pode ter contato com animais?
Os melhores amigos do homem podem trazer um companheirismo importante durante o tratamento contra o câncer. Mas deve-se estabelecer alguns…
Quando se aplica no câncer?
O paciente oncológico apresenta particularidades, seja por conta dos diferentes tipos de câncer, que se apresentam de maneiras diversas; do tipo de tratamento aplicado; da maneira como encara toda a situação; e das implicações físicas e sociais que a doença pode lhe trazer.
É importante dizer que a terapia ocupacional oferece cuidados ao indivíduo adoecido, mas não é anti-neoplásica.
“A medicina se ocupa disto, e os terapeutas têm expertise em lidar com todos os problemas de ordem ocupacional que surgem pela doença e seus tratamentos. Por exemplo, uma criança que parou de escrever por estar enfrentando um tumor cerebral que afeta seus movimentos, na terapia ocupacional pode encontrar uma forma de recuperar, adaptar e trazer a função de escrita de volta. Os estudos e outras atividades próprias da infância vão demandar esse papel ocupacional importante da escrita”, comenta Walkyria.
Terapeuta ocupacional em ação
São diferentes as atividades que o terapeuta ocupacional pode sugerir ao paciente oncológico. Exercícios que ajudam a controlar dores e incômodos, por meio de um melhor posicionamento na cama ao dormir ou a postura certa ao se sentar é um deles. Há ainda os exercícios que trabalhem a respiração, quando o paciente sentir falta de ar, atividades que facilitem no momento de se alimentar e até mesmo durante os períodos de internação, dentre muitas outras.
A terapeuta Walkyria lembra, no entanto, que cada paciente deve ser avaliado de maneira individual. “Consultar o terapeuta ocupacional sempre é o mais indicado. A missão é ver as necessidades do indivíduo. Não existe algo que se possa recomendar de forma geral, mas com certeza já sabemos que as pessoas em tratamento perdem temporariamente e até definitivamente alguns papéis ocupacionais relevantes em suas vidas, e o único profissional capacitado para cuidar deste aspecto é o terapeuta ocupacional”.
O objetivo central é prover apoio para a independência e autonomia, para que o paciente possa gerir suas atividades básicas e instrumentais no dia-a-dia. “Os benefícios são claros, uma vez que conseguimos apoiar na recuperação de sintomas da doença e tratamento que atinjam negativamente as funções ocupacionais, e que façam sentido para o paciente
Veja o que levar para a quimioterapia e, assim, ficar mais confortável
Conheça algumas dicas para tornar as idas ao hospital durante o tratamento oncológico mais agradáveis!
Terapia ocupacional no SUS
Pacientes que realizam o tratamento tanto no sistema privado, quanto no sistema público, têm acesso à terapia ocupacional. A terapeuta Walkyria Santos conta que o SUS (Sistema Único de Saúde) provê a terapia ocupacional em seus programas federais, estaduais e municipais: Saúde Materno Infantil, Saúde Mental, Centros de Assistência Psicossocial, Centros Especializados de Reabilitação (CER 1, 2, 3 e 4), Saúde do Idoso, além das diversas inserções nos serviços hospitalares.
“Somos muitos os profissionais da área, espalhados pelo Brasil. Especificamente com relação aos pacientes oncológicos, a Rede de Assistência ao Câncer (a Rede Hebe Camargo), absorve a clientela do SUS em vários serviços onde já existe o tratamento de terapia ocupacional na equipe.”