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Saiba tudo sobre o linfoma primário do sistema nervoso central

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Esse linfoma intriga a ciência justamente por surgir em uma região em que há poucos linfócitos

Escrito por: Juliana Matias

Um tipo raro de câncer intriga a ciência: o linfoma primário do sistema nervoso central. Isso porque ele acomete justamente o sistema nervoso central, local em que há poucos linfócitos em condições normais. Vem entender melhor. 

O que é o linfoma do sistema nervoso central?

O linfoma do sistema nervoso central acomete as grandes células B e surge exclusivamente no cérebro, medula espinhal e nos nervos intraoculares

Os linfomas, no geral, acontecem quando os glóbulos brancos crescem de maneira descontrolada e deixam de desempenhar seu papel de defesa no organismo. Os linfomas difusos de grandes células B têm uma progressão rápida, por isso, são considerados agressivos ou de alto grau.

Entre os linfomas, Guilherme Perini, médico hematologista pelo Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o linfoma do sistema nervoso central “é bastante raro, sendo uma porcentagem pequena dos linfomas agressivos e uma porcentagem ainda menor dos tumores cerebrais”.

Sintomas do linfoma do sistema nervoso central

Perini conta que os sintomas desse tipo de linfoma dependem da localização do câncer no corpo. Algumas manifestações são: déficits neurológicos, como uma simulação de AVC, crises convulsivas e paralisias de nervos.

O linfoma do sistema nervoso central, normalmente, é visto em pessoas entre os 60 e 70 anos de idade, porém, o especialista lembra que pode ocorrer mais cedo.

Diagnóstico do linfoma do sistema nervoso central

O diagnóstico, segundo Perini, é feito por meio de biópsia, “o que, às vezes, pode ser um desafio devido à localização e a necessidade de procedimentos neurocirúrgicos”, conta. Em algumas exceções, é possível diagnosticar a doença analisando o líquor, fluido que preenche o espaço entre o cérebro e o crânio, ou com testes moleculares, segundo o especialista.

Qual é o tratamento para linfoma do sistema nervoso central?

O principal tratamento para o linfoma do sistema nervoso central é a quimioterapia. Porém, segundo Perini, é “uma quimioterapia diferente das utilizadas para os linfomas sistêmicos, já que precisamos utilizar drogas que penetram no sistema nervoso central”.

Também é possível tratar esse câncer com radioterapia e transplante de medula óssea autólogo, feito com as próprias células do paciente. Mas a recomendação do TMO vai depender da “idade do paciente, resposta à quimioterapia e disponibilidade de algumas medicações, que podem ser um desafio no Brasil, como a Tiotepa”, explica o especialista.

Prognóstico do linfoma primário

Perini afirma que o prognóstico para esse linfoma melhorou nas últimas décadas. Ainda assim, “o linfoma primário do sistema nervoso tem um prognóstico bem mais reservado que os linfomas sistêmicos, mas isso deve mudar rapidamente com a melhor padronização dos tratamentos, minimização da toxicidade e incorporação de novos agentes”, ressalta.


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