O mieloma múltiplo é hereditário?
Última atualização em 2 de maio de 2024
Não há testes genéticos específicos para diagnosticar esse câncer nos familiares de paciente, mas pode ser recomendado incluir exames periódicos
É comum que os familiares de pacientes queiram entender se o mieloma múltiplo é hereditário para poderem se prevenir. Essa, na verdade, é uma questão que ainda intriga os médicos e pesquisadores, mas, por enquanto, esse câncer não é considerado hereditário. Apesar disso, em alguns casos, pode ser interessante que esses familiares incluam alguns testes mais específicos nos exames de rotina.
O mieloma múltiplo (MM) é um tipo de câncer que afeta os plasmócitos, um tipo de linfócito B que está localizado na medula óssea. Esses plasmócitos podem sofrer mutações genéticas e passarem a se multiplicar de forma descontrolada, levando a danos nos ossos e na produção de células sanguíneas.
Ainda há muitas incertezas sobre seus fatores de risco, incluindo se há, ou não, uma predisposição genética para o surgimento do mieloma múltiplo.
O mieloma múltiplo é hereditário?
Embora haja relatos de casos em que vários membros de uma mesma família foram diagnosticados com a doença, não há evidências científicas sólidas que comprovem que o MM seja hereditário.
O Dr. Walter Moisés Braga, especialista em Onco-Hematologia, reforça que “apesar de haver relatos de indivíduos de uma mesma família com história de mieloma múltiplo ou mesmo outras neoplasias plasmocitárias, o mieloma não é considerado uma neoplasia maligna hereditária.”
O Dr. Braga compartilha que a questão da hereditariedade da doença ainda intriga os especialistas, justamente por conta desses casos em que parentes de primeiro grau foram diagnosticados com a doença. Mas, ele mesmo diz que essas situações são raras e esporádicas.
“São casos muito raros e isolados. Creio que na minha prática vi somente uns sete a dez casos”, o médico relata.
Por isso, é possível afirmar que, cientificamente, não há evidências de que o mieloma múltiplo seja hereditário.
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Exames para familiares de paciente
Como o MM não é hereditário, não existe teste genético para detectar precocemente a doença nos familiares. Também não há recomendações oficiais determinadas sobre quais exames devem ser feitos por essas pessoas para detectar a doença.
“Não existe uma recomendação formal para essa investigação. Mas vale a pena incluir na rotina de avaliação de exames periódicos desses familiares a pesquisa com eletroforese de proteínas e imunofixação em sangue, para rastreio de gamopatia monoclonal. Esses exames podem fazer parte da avaliação de rotina do indivíduo como outros testes, como exames de colesterol e glicemia”, o Dr. Walter Braga aconselha.
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