Linfoma intraocular: o que é, sintomas e tratamento
Última atualização em 29 de julho de 2021
Esse tipo de câncer é mais comum em adultos e idosos e ainda não se sabe quais são os fatores de risco
A Drª. Talita Bueno, onco-hematologista do A.C.Camargo, explica que o nome desse tipo de linfoma está exclusivamente relacionado à região onde ele está.
“Existem vários subtipos de linfoma e alguns deles podem estar dentro do olho. Inclusive, eles podem estar, primariamente e isoladamente, no olho ou podem ser doenças sistêmicas que se infiltram na região”, ela diz.
Apesar de existirem essas duas possibilidades, o mais comum é o linfoma intraocular se desenvolver no olho. Dentre esses tumores, o subtipo mais encontrado é o linfoma de zona marginal, que, normalmente, afeta somente um dos olhos.
A médica ainda conta que adultos e idosos apresentam maior chance de desenvolver esse câncer. Isso acontece pois é a mesma faixa etária de prevalência do LNH.
“Não é uma doença comum em pediatria, muito pelo contrário”, ressalta a Drª. Talita.
Sintomas do linfoma intraocular
Diferentemente do que acontece nos linfomas sistêmicos, esse tipo de câncer do olho não causa perda de peso, sudorese e outros sintomas típicos.
Os sinais costumam estar relacionados com o local, então a pessoa pode apresentar alterações visuais, como visão embaçada ou perda de visão. Além de também possivelmente sentir pressão no olho e sensibilidade à luz e notar vermelhidão ou inchaço local. Dessa forma, normalmente quem desconfia, inicialmente, desse tipo de câncer é o oftalmologista.
“Por serem sintomas locais, o oftalmologista é quem percebe primeiro, porque é um tumor que está crescendo naquela região. Por isso há as alterações na visão”, a Drª. Talita fala.
Qual o tratamento para linfoma ocular?
O tratamento vai depender do subtipo de linfoma. Considerando o de zona marginal, é utilizado anticorpo monoclonal associado à radioterapia de baixa intensidade.
De forma geral, os métodos de combate a esse câncer vão variar de acordo com a agressividade daquele tumor. Por exemplo, no caso mencionado acima, a especialista considera que a terapia realizada é razoavelmente simples. Por outro lado, há tipos menos comuns, mas que apresentam uma maior agressividade. Isso pode fazer com que o tratamento seja mais complexo. Como é o caso do linfoma difuso de grandes células B e do linfoma do manto.
Já para os linfomas sistêmicos que infiltram o olho, o tratamento é baseado nas técnicas utilizadas para tratar o câncer em si.
“Então não depende do local, depende do tipo que este câncer é”, a especialista informa.
Ou seja, os linfomas encontrados dentro do olho têm uma grande probabilidade de cura com terapias não muito agressivas. Entretanto, as taxas e recursos utilizados podem variar de acordo com o subtipo da doença.
É possível perder a visão durante o tratamento?
“Perder a visão, classicamente, não”, afirma a Drª. Talita.
Entretanto, pode acontecer do paciente ter alguns efeitos colaterais devido à radioterapia, aumentando a chance de desenvolver catarata ou glaucoma. Dessa forma, causando uma perda parcial da visão.
Como prevenir o linfoma de olho?
Ainda não foi descoberto quais fatores de risco estão relacionados com o aparecimento do linfoma intraocular. Dessa forma, não há orientações de como fazer a prevenção.
Por não ter diretrizes específicas para evitar esse tipo de câncer, recomenda-se seguir os cuidados indicados para os linfomas em geral.
Utilizar o celular com as luzes apagadas pode causar o linfoma intraocular?
Circula na internet uma mensagem dizendo que usar o celular com as luzes apagadas poderia causar algumas doenças oculares. Dentre essas doenças, estava o linfoma intraocular.
A Drª. Talita alerta que isso é uma lenda urbana e não há nenhum estudo mostrando a relação entre esse hábito e o linfoma.
O que está comprovado cientificamente é que as luzes violetas e azuis presentes nas telas podem causar um alongamento ocular. Ou seja, causa miopia.
“Não dá para dizer que não tem nenhum tipo de impacto no aparecimento do linfoma, porque toda influência ambiental aumenta sim a chance. Entretanto, depende de um estudo epidemiológico muito mais amplo para entender se a taxa de incidência de linfoma aumenta com o uso de tecnologia e esses trabalhos são muito difíceis de serem realizados”, finaliza a Drª. Talita Bueno
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