Você sabe o que é a leucemia bifenotípica?
Última atualização em 30 de julho de 2021
Conheça este tipo raro da doença, que afeta de 4 a 6% dos pacientes com leucemias agudas
Por Tatiane Mota
Somente em 2017, mais de 10 mil novos casos de leucemia foram descobertos no Brasil. Um dos tipos de câncer mais conhecidos pela população, a doença acontece quando os glóbulos brancos perdem a função de defesa e passam a se produzir de maneira descontrolada. E tudo começa na medula óssea. O líquido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos e que produz os componentes do sangue: hemácias (ou glóbulos vermelhos, responsáveis pelo oxigênio de nosso organismo), leucócitos (ou glóbulos brancos, que combatem as infecções) e plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue, evitando hemorragias).
São várias as linhagens celulares que derivam da medula óssea, e baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam, as leucemias estão dividias em dois grandes grupos: mieloide e linfoide. Elas também podem ser agudas, quando há o crescimento rápido de células imaturas, ou crônicas, caracterizadas pelo aumento das células maduras, mas anormais.
E aí vem a dúvida: é possível que um paciente apresente uma leucemia mieloide e linfoide, ao mesmo tempo? A resposta é SIM.
A Leucemia Bifenotípica (LAB)
Conhecida por leucemia bifenotípica (LAB) ou leucemia aguda de linhagem ambígua, este tipo da doença apresenta os marcadores biológicos e imunofenotípicos de ambas as linhagens.
O que se sabe é que este tipo de leucemia pode ter início nas células que ainda não se diferenciaram. Ou seja, antes de se tornarem células com características mieloide e linfoide. Mas a causa para essa ocorrência ainda é desconhecida.
“É um grupo de leucemias agudas bastante agressivo, felizmente raro. Sua identificação se dá primordialmente pela análise laboratorial especializada das células leucêmicas, na ocasião do seu diagnóstico. É muito importante que seja pesquisada e caracterizada como tal antes de se instituir o tratamento. Felizmente, a maioria dos laboratórios no Brasil, adequados ao diagnóstico das leucemias agudas, estão preparados”, explica Dr. Renato Sampaio Tavares, professor assistente de Hematologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e Chefe do Serviço de Hematologia do Hospital de Clínicas da UFG.
Como se trata de um subtipo raro, ainda não se tem uma resposta concreta para qual seria a melhor terapia. “Faltam estudos randomizados e/ou com grande número de pacientes que possam mostrar, com maior precisão, qual a melhor terapia. Em linhas gerais, utilizamos esquemas quimioterápicos agressivos. Com uso simultâneo de drogas comumente aplicadas tanto contra leucoses de linhagem linfóide como de linhagem mieloide. E posteriormente o transplante de medula óssea aparentado, se possível”, diz Dr. Renato.
“Hoje estou curado da leucemia bifenotípica”
Narcizo Lima Junior tem 30 anos e, após lutar bravamente contra a leucemia bifenotípica, há cinco anos está totalmente livre da doença
Em maio de 2002, estava em um treinamento de judô, quando senti um forte cansaço, desanimo e muita preguiça. Ao ser atingido por uma cotovelada forte na boca, ao invés de sangrar normalmente, percebi que saiu apenas um líquido claro, como se fosse saliva do canto da minha boca. Na hora, achei que poderia ser normal.
Ao término do treinamento fui para minha casa, tomei um banho e fui dormir. Durante a madrugada senti um frio incomum. Nunca havia sentido algo parecido, estava com tanto frio e com tanta moleza no corpo que não tinha força para me levantar e pegar uma coberta.
Foi quando consegui chamar minha mãe, que já veio de imediato e percebeu que eu estava ardendo em febre. Ao colocar o termômetro, constatou que estava com 40,2° graus de temperatura. Ela se apavorou.
Tomei um antitérmico, banho gelado, fiz compressa na testa e nada de abaixar a temperatura. Ela quis me levar ao hospital para verificar o que estaria acontecendo comigo. Mas como qualquer adolescente, eu disse que não era nada e que logo passaria.
No outro dia
Acordei meio atordoado, com uma fraqueza enorme. Quando levantei, perdi completamente as forças nas pernas e cai com tudo, por minha sorte, em cima da cama do quarto da minha mãe.
De imediato, minha família veio correndo, perguntando o que eu estava sentindo. Foi quando pedi para me levarem ao hospital. Fiz alguns exames, como raio x e hemograma completo. Ficou constatado que eu estava com pneumonia nos dois pulmões, que já era um caso de internação. Mas ao ser coletado o sangue é que veio a surpresa tanto para mim quanto para o médico, que ficou bastante desesperado e comentou que um hematologista iria me visitar.
E foi neste momento que conheci o Dr. Renato Sampaio Tavares, meu anjo da guarda e salvador. Na conversa, ele me explicou que meus exames tinham dado uma alteração muito forte e que teria que refazê-los, para uma resposta mais objetiva.
O diagnóstico:
Meio dia em ponto entra o “Gigante”, como eu o chamo, de jaleco branco e com uma enfermeira carregando uma mesinha de caixas de metal. Mesmo com medo, fiz o primeiro dos meus dez mielogramas. E aí veio o resultado: uma leucemia rara, conhecida por leucemia bifenotípica.
O Dr. Renato teve muito carinho para dar a notícia a mim e à minha família. Meu estado era bastante grave, pois meu organismo estava 80% comprometido por blastos. Se não começasse a fazer a quimioterapia de imediato, certamente eu não resistiria por muito tempo. Pois é, minha medula simplesmente parou de produzir hemácias e só estava produzindo leucócitos.
Mas Graças a Deus e ao Dr. Renato Sampaio Tavares e sua equipe, hoje estou curado e com alta total.Também agradeço minha esposa, Graciele Gonçalves Lima, por todo o apoio, carinho e amor. Torço para que todas as pessoas que estejam passando por essa experiência hoje aumentem suas fés e se encorajam a vencer essa doença.
sou portador de Leucemia Mieloide Cronica a mais de 17 anos nunga havia ouvido falar desse tipo de Leucemia, seria como se tivesse dois tipos de leucemia ao mesmo tempo LLA + LMA.
Esta doença terrível levou minha esposa a dois anos e pouco ??? ela era LMA bifenotipo
Tive essa doença em 2016!! Me tratei no hospital São Paulo, fiz o transplante de medula(50%) da minha Mãe e graças a DEUS estou bem. 05/02/2019
Meu nome é Tunico Andrade, fica a dica: Sou portador de leucemia linfoblástica de duplo comportamento aguda, ou bifenótipica ha 10 anos. Não fiz transplante e também sou gastrectomizado desde 2005. Recentemente tirei parte do intestino grosso!
Tenho as duas agudas, sem transplante há 10 anos!
Meu Filho descobrimos leucemia bifenotipica em 31 de janeiro deste ano, em breve faremos o transplante de medula, que encontraram na fila de doadores não aparentado, Fé em Deus A Cura Do Jonas Chegará tmbm, Deus abençoe pelo testemunho, Glórias a Deus Pela sua Cura.
Olá, Mhercya, como vai?
Estamos enviando MUITA energia positiva para o seu filho! Desejamos que o transplante seja um sucesso 🙏
A senhora conhece o trabalho da Abrale?
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