Desafios do mieloma múltiplo
Última atualização em 3 de agosto de 2021
Pesquisa revela que ainda há muita dificuldade de chegar ao diagnóstico
Por Nina Melo
O mieloma múltiplo se dá quando acontece uma alteração dos plasmócitos em nosso corpo. Eles são um tipo de célula produzida em nossa medula óssea e são essenciais para o sistema de defesa do organismo contra infecções, a partir de produção de anticorpos.
A medicina ainda não sabe por que razão essas células passam, a partir de um determinado momento, a se tornar malignas. Essas novas células defeituosas não produzem anticorpos normais, muitas vezes, nem sequer conseguem construir um anticorpo completo. Em contrapartida, criam uma proteína chamada monoclonal, que se multiplica de forma autônoma e indiscriminada na medula óssea, que consegue ir para o sangue, podendo até se fixar nos ossos.
Para saber mais sobre este tipo de câncer, clique aqui.
A mais recente pesquisa da ABRALE, feita com 200 pacientes de todo o Brasil, no período de abril a maio deste ano, mostrou que a doença está sendo diagnosticada cada vez mais cedo.
No entanto, se os sintomas da doença aparecem precocemente, entre 50 e 59 anos (31%), antigos desafios da doença ainda persistem, principalmente na fase do diagnóstico. Tempo para procurar um médico após os primeiros sintomas e navegação por vários médicos até chegar ao diagnóstico são os principais deles.
INFORMAÇÕES GERAIS
46% dos entrevistados são do sexo feminino
55% dos entrevistados são do sexo masculino
62% têm entre 50 e 69 anos e, em média, convivem há seis anos com a doença
84% realiza o tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS)
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil concentram a maioria dos entrevistados
ACESSO
Apesar de 84% dos pacientes se sentirem satisfeitos com o tratamento, 45% não têm acesso a tratamentos mais avançados
Dos pacientes que tiveram dificuldades de acesso às próximas linhas de tratamento, 68% foi por indisponibilidade do medicamento no próprio centro de tratamento
60% dos entrevistados precisaram entrar com ação judicial, em algum momento, para ter acesso ao medicamento prescrito
SINTOMAS X DIAGNÓSTICO
69% tiveram sintomas que os fizeram procurar um médico para receber o diagnóstico
26% dos pacientes levaram mais de um ano para procurar um médico após os primeiros sintomas
As especialidades médicas mais procuradas após os primeiros sintomas foram:
- 58% Clínica geral • 29% Ortopedia
Para quem teve o primeiro atendimento em pronto-socorro, essa ordem se inverte:
- 51% Ortopedia • 46% Clínica geral
28% dos pacientes levaram mais de um ano para serem encaminhados ao especialista (hematologista ou oncologista) após o aparecimento dos primeiros sintomas e 26%, de três a seis meses
33% dos pacientes levaram de três a seis meses para receber o diagnóstico, desde os primeiros sintomas e 29%, mais de um ano
37% dos pacientes passaram por vários médicos e 23%, agendaram consulta com um hematologista
20% dos pacientes tiveram diagnóstico inconclusivo
44% dos entrevistados tiveram dificuldades para receber o diagnóstico de mieloma múltiplo
69% dos pacientes levaram de um a três meses para começar o tratamento após o diagnóstico
73% tiveram sintomas antes de descobrir a doença, os mais citados foram:
TRATAMENTO X REMISSÃO
42% dos entrevistados estão em remissão
Dos pacientes que estão em remissão, 31% fizeram o transplante de medula autólogo
Dos que estão fazendo tratamento, 17% usam Talidomida e 14% tratam com Bortezomibe
71% dos pacientes não fazem acompanhamento com equipe multidisciplinar. Dos que fazem, os principais profissionais procurados por eles foram:
- 30% Dentista • 26% Psicólogo • 20% Fisioterapeuta
Dos pacientes que estão em tratamento, 44% estão na primeira linha e 31%, na terceira linha. O principal motivo de seguir para outra linha de tratamento é a recidiva em 66% dos pacientes, seguido de refratariedade (sem resposta) em 25%.
35% dos pacientes que tiveram recidiva ficaram de dois a três anos em remissão, seguidos de 23% que ficaram de um a dois anos
48% dos entrevistados fizeram duas linhas de tratamento antes de entrar em remissão, seguidos de 33% que fizeram três linhas de tratamento
44% dos entrevistados tiveram efeitos colaterais devido ao tratamento, os mais citados foram:
- 25% Cansaço excessivo • 17% Náuseas
INFORMAÇÕES X QUALIDADE DE VIDA
98% dos pacientes nunca tinham ouvido falar em mieloma múltiplo antes do diagnóstico
Após iniciar o tratamento, 73% dos pacientes entrevistados relataram estar bem informados sobre o mieloma múltiplo
70% dos pacientes procuraram informações sobre a doença e as principais fontes foram:
- 35% Médico
- 25% Internet
- 17% Associações de pacientes/ONG’s
53% dos pacientes relataram mudança na rotina após o tratamento. Desses, 60% deixaram de trabalhar e têm dificuldade de conseguir emprego
48% dos pacientes disseram que as mudanças foram geradas simplesmente por decorrência da doença
Cerca de 87% dos tratamentos de mieloma múltiplo realizados no SUS incluíram inibidores de osteólise
Apesar dos progressos no tratamento do mieloma múltiplo, a maioria dos pacientes terá uma recidiva
Ótima matéria. !
Esperarmos que o diagnóstico seja cada vez mais rápido e , que acabem com o absurdo sobre a falta de medicamentos .
É lamentável , a pessoa estar passando por tão grande sofrimento e , ainda ,ter que recorrer à justiça , para salvar sua vida. .
Gostaria de sugerir que, quando da realização de exames médicos periódicos poderiam solicitar o exame eletroforese urina ( aquele de 24 horas). É um exame relativamente barato e pode-se verificar a presença da proteína monoclonal. Assim acho que poderia ser diagnosticado precocemente.
Maravilha essa matéria!
Estou fazendo tratamento do mieloma múltiplo no IAMSPE.
Graças a Deus estou bem.
Aproximadamente 6 mês.
Confiante em voltar a ao trabalho.
Estou muito feliz.
Nivaldo, muito obrigada! Ficamos muito felizes em saber que você está bem, e estamos a sua disposição para o que precisar!
Bom dia! Meu pai também tem mieloma múltiplo, tá sofrendo muito, no caso dele já tá bem avançado, ainda não fez o tratamento, ele passa mais tempo em hospital, sempre tem crise diferente. já era pra ter começado o tratamento, mais sempre alguma problema na saúde e fica adiando, ele não ta mais andando
Olá, Nubia, como vai?
Enquanto Abrale, nós podemos colocar vocês em contato com os nossos hematologistas voluntários, por meio do Projeto Telemedicina! Nesse projeto, que é gratuito, os médicos avaliam os exames do paciente, oferecem explicações sobre a doença e/ou o tratamento e tiram as dúvidas! Também oferecemos Telemedicina nutricional, por meio da qual nossos especialistas poderiam avaliar se ele está consumindo todos os nutrientes necessários para ter energia, realizar as atividades e melhorar a saúde geral dele.
Caso tenham interesse, nossos contatos são:
– Telefone: 11 3149-5190 ou 0800-773-9973 (o primeiro número também é WhatsApp, se quiser mandar uma mensagem pelo app basta clicar aqui)
– E-mail: [email protected]
– Site: https://www.abrale.org.br/fale-conosco/
Ficamos no seu aguardo ?
Abraços!
Muito obrigado recíproco,estou muito feliz também!