Como evitar a queda de cabelo durante o câncer
Última atualização em 29 de julho de 2021
Este é um dos efeitos colaterais mais temidos do tratamento oncológico. Mas já é possível evitá-lo em alguns casos
O câncer causa queda de cabelo?
O tumor em si não causa a alopecia (perda de cabelo), mas alguns tipos de tratamento possuem esse efeito colateral.
A Drª. Marcela Martins Ferrari, oncologista da Rede D’Or e do Icesp, explica que isso acontece porque o tratamento contra o câncer tem como objetivo destruir as células que se multiplicam rapidamente, característica presente nas células das raízes dos fios. “As células do folículo capilar estão em constante atividade e se multiplicam permanentemente. Por isso elas também acabam sendo afetadas pela quimioterapia ”.
A queda de cabelo está relacionada com o tipo de medicação usada, já que algumas drogas são mais tóxicas que outras. Além também de estar relacionada com a dose utilizada.
“Apenas uma parte dos pacientes deve apresentar queda do cabelo durante o tratamento. São aqueles que receberem certos quimioterápicos com ação direta nas células do couro cabeludo e aqueles que receberem radiação na região do crânio. Ou que foram submetidos a algumas drogas mais tóxicas para as células do folículo capilar”, explica a médica.
Esses fatores (toxicidade, tipo de medicação, etc.) vão determinar quanto tempo depois do início do tratamento o cabelo pode começar a cair. Na maioria dos casos, varia entre duas e três semanas.
Os fios costumam voltar a crescer dois meses após o fim do tratamento. É possível que esses primeiros fios sejam diferentes do cabelo pré-quimioterapia. Isso acontece porque o folículo capilar está se recuperando da agressão sofrida pelo tratamento. Geralmente, essa alteração é transitória, ou seja, o cabelo deve voltar ao aspecto original.
A Drª. Marcela ressalta que com as inovações tecnológicas na medicina, como a imunoterapia, a tendência é que esse efeito colateral diminua.
“A imunoterapia funciona de forma diferente da quimioterapia, ela faz com que o próprio sistema imune do paciente combata o câncer. A queda de cabelo não é um efeito adverso comum desse tratamento”. É importante lembrar que esse tipo de terapia pode causar outros efeitos adversos que também precisam de atenção.
Tem como evitar a queda de cabelo?
A oncologista diz que o resfriamento do couro cabeludo, conhecido como crioterapia capilar, pode reduzir muito a queda de cabelo. Uma das crioterapias mais conhecidas no Brasil é a Touca Inglesa, que pode ser utilizada em alguns casos específicos.
Infelizmente, ela não impede totalmente a queda de cabelo e o resultado também depende e varia de acordo com o medicamento utilizado e a dose aplicada.
“A taxa de sucesso em evitar a queda dos cabelos pelo resfriamento do couro cabeludo pode ser avaliada pela quantidade de fios preservados, que varia entre 50% a 80% da quantidade original”, explica a Drª. Marcela.
Ao resfriar o couro cabeludo, as toucas térmicas reduzem o fluxo de sangue nessa região, pois contraem os vasos sanguíneos. Dessa forma, evita-se que os quimioterápicos alcancem os folículos capilares, células que dão origem aos fios, enquanto estiverem em circulação.
“É comum que as pacientes apresentem certo desconforto por conta do resfriamento. Mas raramente essa sensação chega a ser de dor”, diz a especialista.
As células do couro cabeludo são especialmente sensíveis à doxorrubicina (adriamicina), medicamento muito utilizado para o câncer de mama. Por isso, pode fazer com que o resfriamento perca um pouco seu efeito e menos fios sejam preservados.
Como a Touca Inglesa é utilizada?
A touca deve ser colocada 30 minutos antes do início da aplicação da quimioterapia e permanecer durante toda sessão. Após o término, o paciente deve ficar com ela por mais 90 minutos para que a maioria do medicamento tenha saído de circulação.
Pacientes com câncer hematológico não podem fazer uso da Touca Inglesa
A Drª. Marcela conta que existem algumas contraindicações para realizar a crioterapia capilar. Dentre elas, estão os cânceres hematológicos, pois o efeito do tratamento pode ser prejudicado.
“Alguns tipos de câncer contraindicam seu uso pelo risco de reduzirem o efeito do tratamento. Como tumores do sistema nervoso central (primário ou metastático), tumores da região da cabeça e pescoço, diferentes tipos de câncer de pulmão, neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas, etc.) e pacientes que irradiaram ou estão em planejamento de irradiar o crânio”.
Como o resfriamento do couro cabeludo reduz o acesso dos quimioterápicos à região, aumenta a chance de o medicamento não chegar até as células cancerosas que estão naquele local. Em cânceres hematológicos, estima-se que esse risco seja significativamente mais alto que no câncer de mama, por exemplo, por isso é contraindicado.
“A crioterapia capilar é a única técnica atualmente aprovada para reduzir a queda capilar. Dessa forma, não existe uma outra opção para esses pacientes diminuírem a queda de cabelo”, diz a especialista.
Que tipos de cuidado o paciente precisa ter após a utilização da Touca Inglesa?
A Drª. Marcela finaliza passando algumas orientações para o pós-resfriamento:
– Lavar o cabelo 24 horas antes da aplicação da quimioterapia e aguardar o mínimo de 24 horas após o tratamento para voltar a lavá-lo;
– Lavar o cabelo sempre com água morna ou fria (evitar água quente);
– Não utilizar tinturas;
– Evitar secar o cabelo com secadores ou outras formas de calor;
– Evitar tracionar o cabelo (utilize pentes com dentes largos ou escovas macias);
– Dê preferência a cortes de cabelo médios ou curtos durante o tratamento
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