Seja dono de sua vida, e de seu tratamento também
Última atualização em 29 de julho de 2021
Entenda a importância do empoderamento na garantia dos direitos
Por Camila Vasconcelos – Assistente Social da Abrale
O assunto sobre empoderamento manifestou significativa visibilidade nos últimos anos. Mas o que é ser “empoderado”? Trata-se do domínio sobre determinado assunto ou situação que possibilita às pessoas tomarem consciência de seus pensamentos e ações. Isso resulta no desenvolvimento da autonomia e da liberdade.
O empoderamento, desse modo, pode fazer parte da vida dos pacientes que estão enfrentando o câncer e possibilitar acesso ao tratamento, melhor qualidade de vida, equilíbrio emocional, garantia dos seus direitos, etc. Também pode significar um processo de conhecimento e aperfeiçoamento de suas habilidades. Bem como responsabilidade com as decisões que envolvem suas vidas. Pacientes que sabem o que querem e estão por dentro do tratamento possuem mais facilidade para interagir com os médicos e profissionais de saúde. Além de também assegurar os direitos previstos em lei.
A legislação brasileira assegura alguns benefícios para descomplicar o percurso e contribuir com os dispêndios do tratamento. Por consequência, os pacientes oncológicos podem requerer uma gama de direitos. Como: auxílio doença, aposentadoria por invalidez, Saque do FGTS e PIS/PASEP, transporte gratuito, isenção de Imposto de Renda, ICMS, IPI, IOF, IPVA, dentre outros. Para requerê-los, muitos procuram orientações e informações que envolvem a patologia, critérios e documentos necessários para fundamentarem sua solicitação ao órgão competente.
Diante disso, para se tornar um indivíduo empoderado é necessário procurar informações de qualidade em fontes confiáveis, oferecer e obter escuta qualificada. Além disso, o apoio dos profissionais que estão envolvidos no tratamento e orientação especializada são de grande relevância.
Formar a consciência crítica e a autonomia do paciente é um processo essencial de desenvolvimento pessoal e cidadão. O paciente empoderado se torna mais seguro e preparado para encarar o tratamento e as decisões futuras. Tem também maior domínio e participação em suas escolhas e decisões, possui facilidade em compreender as suas reais expectativas, de defender a si mesmo e exercer o dever de cidadão de forma efetiva e responsável.
Empoderamento na prática.
Um grande exemplo disso é Marly U. Felippe, paciente de mielofibrose. Para ela, a interação com outros pacientes e a busca por mais informações ajudaram-na a garantir alguns de seus direitos. Bem como a melhoria na qualidade de vida. Interessada em conhecer mais sobre a mielofibrose e seu tratamento, se uniu a um grupo de pacientes hematológicos para compreender o que cada um tinha a compartilhar sobre a vivência na terapêutica. Criou vínculos de amizade que facilitaram no aspecto emocional e nas conversas com o médico que a acompanha.
Podemos ver que o empoderamento dos pacientes também promove o respeito recíproco e o apoio mútuo entre todos. Fazendo surgir o sentimento de pertença, práticas solidárias e compreensão de suas capacidades.
Ressaltamos, portanto, que a informação é um processo coletivo e uma importante ferramenta de promoção social. Também do aprofundamento de cidadania que gera liberdade e participação e deve estar presente no cotidiano dos pacientes com câncer.
Se empoderar é descobrir novas formas de pensar, compreender e agir. Acima de tudo, se empoderar é uma forma de ser um cidadão mais participativo, sujeito possuidor de direitos e um paciente mais seguro e embasado sobre os caminhos que irá percorrer na luta contra o câncer.
E agora? Perguntas para fazer ao doutor