Você, homem, cuide de seu corpo!
Última atualização em 29 de julho de 2021
O Novembro Azul alerta sobre a importância de fazer os exames de prevenção do câncer, em especial o de próstata. E quem já teve/tem um câncer hematológico também precisa ficar atento
A próstata é uma pequena glândula que fica no interior da pélvis e faz parte do sistema reprodutor masculino. Sua função é produzir e armazenar o líquido prostático, que junto com o líquido seminal e os espermatozoides são liberados durante a relação sexual.
O Dr. João Navarro, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que o câncer de próstata é o mais comum em homens acima dos 50 anos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 68 mil casos são diagnosticados por ano no Brasil.
“Ele é responsável por 10% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes do sexo masculino. Fica atrás apenas dos tumores de pulmão e intestino”, conta o Dr. Navarro.
Quais os sintomas do câncer de próstata?
Os sinais da doença podem variar de acordo com a área na qual a doença está localizada, ou seja, sua extensão.
“Os sintomas desse câncer podem se manifestar como alterações urinárias, quando a doença se encontra mais localizada. Ou como alterações em outros órgãos, quando já está mais avançada”, explica o oncologista.
Dessa forma, a pessoa pode perceber complicações para urinar – pouco fluxo, retenção ou incontinência e dificuldade para começar a urinar. Caso os linfonodos da região estejam comprometidos, podem surgir dores pélvicas, dor ou sangramento retal e inchaço nas pernas.
Em estágios mais avançados, a doença pode causar perda de peso e apetite, anemia, cansaço, pele amarelada, falta de ar e tosse.
Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
Os médicos devem suspeitar do câncer de próstata quando há aumento dos níveis do antígeno prostático específico (PSA) juntamente com a presença de um nódulo identificado pelo exame de toque retal. Ou ainda alguma alteração na ultrassonografia.
É importante ressaltar que o PSA estar aumentado não significa que o homem está com câncer! Essa substância é uma glicoproteína expressada tanto pelo tecido saudável, quanto pelas células cancerosas. O mesmo vale para o aumento da próstata. Ele não está diretamente ligado ao câncer. É mais comum estar relacionado com o crescimento benigno e natural do órgão.
“Algumas condições benignas da próstata, como a hiperplasia benigna e as inflamações, podem provocar aumento dos níveis de PSA. Contudo, isso não configura o diagnóstico de malignidade. Para se chegar ao diagnóstico do câncer de próstata, a biópsia é o principal exame”, informa o Dr. Navarro
O valor do PSA também pode ser utilizado para avaliar as respostas ao tratamento.
Qual o tratamento do câncer de próstata?
Existem várias possibilidades de tratamento que variam de acordo com a extensão do câncer. Ou seja, se ele está localizado somente na próstata, ou se ele se espalhou para outras áreas.
Se o câncer estiver localizado, o tratamento realizado terá como base a prostatectomia (retirada da próstata) ou a radioterapia. É possível que os dois tratamentos sejam realizados juntos.
Se a doença já tiver espalhado para outros lugares, a radioterapia é utilizada juntamente com o tratamento hormonal, bloqueando a testosterona.
Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?
De acordo com o Dr. Navarro, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata são:
Idade. A maioria dos pacientes recebem o diagnóstico após os 65 anos, mas a incidência começa a aumentar após os 50. Por isso, é importante começar a realizar o exame de toque com essa idade.
Histórico familiar. Um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata aumenta duas vezes a probabilidade. Principalmente, se o parente foi diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 anos.
Cor da pele. Homens negros correm mais risco e tendem a desenvolver tumores mais agressivos.
Obesidade. Homens obesos estão sob maior risco.
Quem faz cirurgia de próstata pode ter filhos?
Apesar de depender do caso e do método utilizado, o Dr. Navarro explica que, sim, é possível o paciente não conseguir mais ter filhos após o tratamento.
“Caso o paciente tenha sido tratado com prostatectomia, haverá deficiência na produção do sêmen. Isso porque a próstata é responsável por esta produção. Assim, o homem pode tornar-se infértil por não conseguir ejacular durante o ato sexual”, explica o médico. Nesse caso, a fertilização in vitro seria a única possibilidade dessa pessoa conseguir ter um filho.
Se o tratamento for à base de radioterapia ou terapia hormonal, a produção do sêmen ou a mobilidade dos espermatozoides pode ser afetada. Consequentemente, também pode interferir na fertilidade.
Por isso, é essencial que o paciente converse com o médico sobre as possíveis maneiras para preservar a fertilidade antes de iniciar o tratamento oncológico.
Outra possível situação é a disfunção sexual do pênis. Isso pode acontecer devido a uma lesão direta aos pequenos nervos durante a radioterapia ou cirurgia. Ou ainda, no caso do tratamento do câncer de próstata avançado, o bloqueio da testosterona pode causar perda de libido.
“No caso do tratamento do câncer de próstata avançado, por basear-se na deprivação hormonal (bloqueio da testosterona), pode haver perda de libido com disfunção sexual associada”, explica o médico.
Leucemia ligada ao câncer de próstata
O oncologista diz que, apesar de raro, pode acontecer de um paciente que já tratou um câncer de próstata desenvolver uma LMA.
Isso se chama efeito colateral tardio e pode ocorrer anos após o fim do tratamento do câncer de próstata. É mais provável que essa situação aconteça caso a terapia realizada seja a radioterapia.
Como prevenir o câncer de próstata?
As principais formas de prevenção incluem manter um peso saudável, praticar atividade física, não fumar e ter uma alimentação balanceada.
Embora não haja consenso, existem alguns tipos de dietas que podem auxiliar na prevenção. Como ter alimentação pobre em gordura e carnes vermelhas, mas ricas em grãos, cereais, frutas e vegetais.
“Nessa linha, tomate cozido, por conter alto teor de licopeno, e soja poderiam oferecer proteção. Por outro lado, dietas ricas em vitamina E e selênio não parecem ser protetoras”, finaliza o Dr. Navarro.
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