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A quimioterapia pode causar menopausa precoce

Quimioterapia e a menopausa precoce
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Última atualização em 20 de janeiro de 2023

Mulheres, atenção! Algumas medicações utilizadas podem causar esta condição

Escrito por: Tatiane Mota

A quimioterapia e a menopausa precoce podem estar ligadas no caso de mulheres que estão tratando um câncer. Em alguns casos, a própria doença pode ser a responsável por fazer com que a paciente entre na menopausa mais cedo. Nesta matéria explicamos quando desconfiar desta condição e como tratar seus sintomas. 

O que é menopausa?

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, quando a menstruação para de acontecer. Ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos de idade, e quando acontece antes disso é chamada de menopausa precoce.

Conceito de menopausa

Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm origem em células germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no momento em que nasce a menina. Essa reserva é usada desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). Este é o ciclo natural do corpo.

Quimioterapia e menopausa precoce

Como vimos, a menopausa é uma condição que irá acontecer de maneira natural para as mulheres a partir dos 45 anos. Entretanto, é possível que algumas situações induzam o surgimento da menopausa e dentre elas estão alguns tipos de cânceres e também os tratamentos utilizados para combater a doença. 

Mulher com problemas menstruais

Segundo a Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, é possível que esta menopausa seja passageira ou permanente. 

“Muitos medicamentos que combatem o câncer causam a falência da função dos ovários. Isso pode ser algo transitório ou permanente. Mas é importante dizer que não são todas as drogas que geram esse efeito. Quanto mais velha estiver essa mulher, a partir dos 40 anos, maiores são as chances da menopausa ser definitiva, e quanto mais jovem, maiores são as chances da menopausa acontecer somente durante o período da quimioterapia. Nestes casos, depois de um tempo, que irá variar de paciente para paciente, a mulher voltará com as funções do ovário normalmente. As neoplasias ginecológicas também podem causar a menopausa, como é o caso do câncer do útero e dos ovários, nos quais vai acontecer a remoção cirúrgica e a paciente vai parar de produzir os hormônios”, explicou.  

De acordo com a especialista, a quimioterapia, radioterapia e alguns tratamentos anti-hormônios (utilizados no tratamento do câncer de mama) são os que mais podem causar a menopausa precoce. Já a imunoterapia e algumas terapias-alvo têm menos chances. E aqui, claro, também estão inclusos os cânceres hematológicos, como as leucemias e os linfomas.

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Como evitar a menopausa precoce?

“Não temos como ter a certeza de evitar o surgimento da menopausa, mas é possível reduzir os riscos da chamada falência dos ovários. Isso pode ser feito, em algumas situações, com uso de uma medicação chamada Zoladex®, que é feita durante a quimioterapia e em alguns casos pode ajudar a evitar o risco maior de menopausa permanente”, contra a Dra. Graziela.

Médica tratando menopausa precoce

Importante! Somente o médico responsável pelo tratamento oncológico é quem poderá indicar qual a melhor medicação a ser aplicada. Não se automedique. 

Sintomas da menopausa

Mais do que a própria condição, a menopausa é bastante conhecida pelos sintomas que pode causar. E estes sinais podem acontecer tanto nas mulheres que apresentam a menopausa de maneira natural, quanto naquelas que a apresentam por conta do tratamento oncológico. São eles:

Mulher com fogacho por conta da menopausa precoce

– Ondas de calor (fogachos). Este é o sintoma mais conhecido. A mulher apresenta episódios súbitos de sensação de calor no rosto, pescoço e parte superior do tronco. Ela pode suar bastante e até mesmo se sentir muito cansada. 

– Ciclo menstrual. A duração pode ficar irregular, assim como a quantidade do fluxo sanguíneo.

– Alterações na bexiga. A mulher pode apresentar dificuldade para fazer xixi, sentindo dores, apresentando infecções urinárias e ginecológicas e problemas para segurar a urina. 

– Manifestações ginecológicas. O ressecamento vaginal é bastante comum, o que pode gerar dor no momento do sexo e diminuição da libido. 

– Sintomas psíquicos. A redução dos níveis de hormônios femininos interfere diretamente nas questões mentais/emocionais, causando irritabilidade, choros sem motivo aparente, ansiedade, insônia e até mesmo depressão.

– Mudanças na pele, unhas e cabelos. Podem ficar sem vigor, mais finos e quebradiços. 

– Infertilidade. Mulheres que entram na menopausa não conseguem mais engravidar. 

“Mulheres que tiveram a menopausa muito cedo podem ter, também, algum dano cognitivo, como a perda da memória. A longo prazo, também existem preocupações com a saúde cardíaca e com os ossos. A mulher, caso entre na menopausa muito jovem, pode ter um risco maior para a osteopenia e osteoporose”, comenta a médica. 

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Tratamentos para menopausa 

Quando ela acontece de maneira natural, por conta da idade, ou quando o tratamento do câncer causa a menopausa permanente, não há um tratamento que faça reverter o quadro. Ou seja, não existe uma terapêutica que fará a mulher não ter mais esta condição. Para aquelas mulheres que a menopausa se apresenta de maneira temporária, aí sim o quadro pode ser revertido. É fundamental que o diagnóstico seja acompanhado pelo oncologista em parceria com o ginecologista. 

Remédios para tratamento da menopausa precoce

Mas calma! Se você está enfrentando a menopausa neste momento e sofrendo com seus sintomas, saiba que é possível amenizá-los. 

No momento em que aparecem os fogachos, refrescar o corpo com banhos frios ou ventiladores pode ser opção; a secura vaginal pode ser amenizada com o uso de lubrificantes; e as questões emocionais podem ser trabalhadas com um terapeuta – a Abrale oferece apoio psicológico gratuito para pacientes onco-hematológicos. Além disso, os medicamentos que regulam os hormônios também podem ser indicados. 

Para mulheres jovens, que pensam em ser mães, a infertilidade é um ponto de atenção. Antes de começar qualquer tratamento para o câncer, a depender do tipo da doença, converse com o médico para entender quais as opções existentes para preservar a fertilidade.


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